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João Donato dizia que a bossa nova é o samba tocado por quem não é da favela

Músico afirmou em entrevista à Folha que o termo foi criado pelos críticos e pela indústria para gerar confusão

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São Paulo

O músico João Donato, morto nesta segunda-feira, aos 88 anos, afirmou em entrevista à Folha em 1986 que a bossa nova é o samba que não é tocado nos morros, lembrando as favelas.

Na ocasião, ele se preparava para fazer um show no antigo Hotel Maksoud Plaza, na região central de São Paulo. Apesar de ser considerado um dos precursores da bossa nova, Donato recusava o título. "Eu sou um dos maiores sambistas do Brasil, e ninguém descobriu ainda", disse, durante a entrevista.

Joao Donato na abertura da 10ª Edição do In-Edit Brasil com exibição do documentário 'Onde Está Você, João Gilberto' - Marcus Leoni/Folhapress

"A bossa nova não existe. O nome é apenas uma confusão criada pela indústria ou pelos críticos. Para mim, bossa nova sempre foi samba tocado por uma moçada que não é do morro."

Donato se firmou na música brasileira por sua versatilidade, atuando como compositor, pianista, acordeonista, arranjador e cantor. Com um modo inconfundível de tocar piano, fundiu a bossa nova a ritmos caribenhos, promovendo um diálogo entre a música brasileira e tradições estéticas do continente americano.

Em suas composições, Donato primava pela forma simples de compor, que não escondia a complexidade de sua música.

Por isso, a forma como estruturava a harmonia no piano era reverenciada —senão invejada —por seus pares. No ano passado, ele lançou o disco "Serotonina", primeiro trabalho solo com canções inéditas em 20 anos.

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