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Descrição de chapéu Bienal do Livro

Bienal do Livro gera desgaste com visitantes em fila virtual de senhas para autógrafos

Leitores relatam dificuldades sucessivas na inscrição para ver autores em SP; organização diz que busca 'superou expectativas'

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São Paulo

A próxima edição da Bienal do Livro de São Paulo, que acontece de 6 a 15 de setembro, ainda não começou, mas já tem gerado frustração entre os frequentadores.

O motivo é a retirada de senhas para autógrafos dos autores convidados. Buscando poupar os leitores de enfrentar filas, a organização tem tentado distribuir as vagas por meio da internet desde o início de agosto —mas sem sucesso até agora.

Movimento do penúltimo dia da Bienal do Livro no Expo Center Norte, em São Paulo, em 2022. - Folhapress

O imbróglio é marcado por vaivéns. A primeira tentativa da organização aconteceu no dia 9 de agosto no próprio site oficial do evento. A ideia era que os leitores tivessem uma hora para garantir as senhas de um dia específico e, na hora seguinte, as senhas de outro dia seriam liberadas.

Às 8h da manhã, as senhas para o dia 6 de setembro ficariam disponíveis; às 9h, as senhas para os autores do dia 7, e assim sucessivamente.

Na prática, a ideia saiu do controle. O site teve problemas de carregamento e saiu do ar. O resultado foi que apenas uma parcela dos ingressos foi liberada e muitos leitores ficaram sem acesso. Em nota, a Bienal informou que a busca "superou as expectativas", o que resultou na instabilidade da plataforma.

A distribuição foi suspensa no mesmo dia do lançamento e, após três dias, a organização voltou com uma nova proposta.

Para conter o grande fluxo de acessos, a Bienal optou por dividir a retirada de senhas por dia na mesma plataforma. Dessa forma, de 13 a 22 de agosto, os leitores teriam um dia inteiro para garantir as senhas a dias específicos —ou até que as vagas fossem todas preenchidas.

No dia 13, a distribuição de senhas foi focada nas sessões previstas para o dia 6 de setembro, início do evento, e não houve problemas. As senhas acabaram em minutos para nomes como Mônica Sousa, filha do quadrinista Mauricio de Sousa, e Giu Domingues, autora dos livros sáficos "Luzes do Norte" e "Sombras do Sul".

A instabilidade, entretanto, voltou no segundo dia de distribuição de senhas pelo novo formato. Os interessados nos autógrafos do dia 7 relataram que a página do site mostrava um erro de dificuldade de carregamento do servidor.

Sem informar os usuários, a Bienal fechou a retirada de senhas. No dia seguinte, sem comentar diretamente sobre isso, a organização lamentou, de novo, a oferta aquém do esperado.

Entre os autores disponíveis para esse dia, estavam o youtuber Felipe Neto, com duas sessões, Lynn Painter, autora do queridinho do TikTok "Melhor do que nos Filmes", Conceição Evaristo, entrevistada por influencers literários, e o escritor de livros infantis Pedro Bandeira.

A terceira e última estratégia, marcada para esta quinta-feira (22) às 12h, foi mudar para a plataforma Fever, a mesma em que os leitores podem comprar os ingressos para o evento.

A Bienal informou nas redes sociais que, com a nova plataforma, será "capaz de promover uma melhor experiência ao usuário". Ela ainda alertou que, para fazer a retirada das senhas, será necessário o cadastramento prévio no site da Fever.

O que chamou atenção dos leitores, no entanto, foi a estratégia de retomar a retirada dos ingressos de todos os dias de forma coletiva. Isso impediria, segundo os fãs, que um leitor retirasse mais de uma senha para dias diferentes. Isso não foi confirmado pela organização nas redes sociais.

A Folha contatou a Bienal do Livro antes do novo esquema para questionar sobre a inviabilidade de retirar mais de uma senha para dias diferentes, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

O que se sabe é que só quem retirou a senha online terá acesso à sessão de autógrafos, com validação do CPF, nome e sobrenome cadastrados de cada leitor.

A 27ª Bienal do Livro de São Paulo ocupa um novo espaço nesta edição. O evento será sediado no pavilhão de exposições do Anhembi, espaço cerca de 15% maior do que o Expo Center Norte, onde foi a edição de dois anos atrás. O objetivo é evitar apertos e filas —ao menos as presenciais.

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