Siga a folha

Descrição de chapéu
Amanda Cavalcanti

Como Katy Perry enfrenta a sua prova de fogo no Rock in Rio

Após o fracasso de seu single 'Woman's World', a cantora luta para provar que ainda merece um lugar no panteão do pop

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

No fim dos anos 2000 e no início dos 2010, quando o pop americano brilhava, Katy Perry era uma das estrelas mais reluzentes. Com uma coleção de hits de seus primeiros álbuns, incluindo a faixa que a revelou, "I Kissed a Girl", o sucesso da californiana parecia intocável.

As faixas açucaradas e dançantes da cantora, porém, perderam grande parte do apelo com a ascensão de outros ritmos e estéticas que varreram os Estados Unidos. De repente, as batidas polidas do produtor sueco Max Martin ficaram datadas, e os discos mais recentes de Katy não tiveram o impacto dos anteriores. O mesmo aconteceu com seu novo single, "Woman's World", lançado em julho deste ano.

A cantora Katy Perry em montagem de Márcio Sampaio - Chris Jackson/AFP

É nesse cenário preocupante que a artista vai ocupar, agora, o palco Mundo do Rock in Rio pela terceira vez, no dia 20 de setembro, que tem ingressos esgotados. Em edições anteriores, em 2011 e 2015, ela fez apresentações marcantes, em meio a seu auge comercial. Desta vez, ela vai enfrentar uma prova de fogo para demonstrar que sua carreira ainda é relevante na música.

Katy lançou seu primeiro trabalho, o disco gospel "Katy Hudson", aos 16 anos, mas o sucesso só veio quando ela, de Santa Barbara, se mudou para Los Angeles para tentar uma carreira na música secular e adotou o nome artístico.

Martin, com ajuda dos produtores Dr. Luke e Benny Blanco, fez "I Kissed a Girl", que surgiu para a cantora num sonho. A narrativa desinibida e a voz particular de Katy garantiram que a faixa se tornasse um hit instantâneo, e a música passou sete semanas consecutivas no topo da Billboard Hot 100, em 2008.

A carreira da artista deslanchou como poucas. Seu disco de estreia, "One of the Boys", de 2008, a garantiu mais três hits. O trabalho seguinte, "Teenage Dream", de 2010, foi um sucesso ainda mais estrondoso e posicionou a cantora como uma figura incontornável da cultura pop.

As canções de sucesso de "Teenage Dream" e de seu álbum seguinte, "Prism", de 2013, seguiam uma fórmula previsível, mas eficaz —versos desinteressantes, mas refrões poderosos, batidas de EDM, produção limpa e lustrosa.

O mesmo acontecia com boa parte dos hits de artistas pop que bombavam na mesma época, como Ke$ha, Miley Cyrus, Pink e Britney Spears —que também trabalharam com Dr. Luke, Blanco e Martin.

Em meados de 2010, porém, o modelo de pop ideal começou a mudar, dando mais espaço à influência do hip-hop. Nem todos os artistas conseguiram acompanhar a tendência. Quando Katy lançou "Bon Appétit", em 2017, a nova estética e a colaboração com a banda Migos pareciam uma tentativa de se manter relevante, mais do que uma mudança criativa. O álbum do qual a faixa saiu, "Witness", de 2017, e seu sucessor, "Smile", de 2020, não se saíram bem.

Se há quatro anos o mundo aguarda o próximo passo da cantora numa paisagem do mundo do pop em constante mudança, "Woman's World" não é um bom prognóstico.

Com uma produção e um clipe que soam datados, a faixa de empoderamento feminino —produzida por Dr. Luke, que passou anos em uma batalha judicial com Kesha entre acusações de assédio— não reverberou bem entre o público, e a afirmação de Katy de que ela seria "irônica" também não convenceu.

O show no Rock in Rio será no dia do lançamento de seu sétimo álbum, "143". Será um dia decisivo. Ou ela se mantém relevante para garantir seu lugar no panteão das estrelas, ou poderá pôr o último prego
no caixão de sua carreira.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas