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Promotora quer reabrir caso de homicídio culposo contra o ator Alec Baldwin

Juíza arquivou o processo ao concluir que Estado ocultou provas que poderiam explicar como munições chegaram ao set

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Julia Jacobs
Novo México (EUA) | The New York Times


Uma promotora que trabalhou com o caso de homicídio culposo contra Alec Baldwin pediu à juíza que julgou o caso, no Novo México, que reconsiderasse sua decisão de arquivar a acusação durante o julgamento.

A juíza arquivou o caso em julho após concluir que o estado havia ocultado provas que poderiam esclarecer como munições reais chegaram ao set de filmagem onde a diretora de fotografia, Halyna Hutchins, foi fatalmente baleada. Ela arquivou o caso com força de caso julgado, o que significa que não poderia ser reaberto, encerrando a acusação contra Baldwin.

O ator Alec Baldwin - AFP

Mas em documentos judiciais apresentados na sexta-feira, Kari T. Morrissey, a promotora especial, tentou convencer a juíza Mary Marlowe Sommer a mudar de ideia, argumentando que as provas em questão —um lote de munições entregue às autoridades este ano— eram irrelevantes para determinar se Baldwin era criminalmente culpado por apontar a arma no set naquele dia.

"Nada sobre os detalhes de como as munições reais foram introduzidas no set é relevante ou material para as acusações contra o Sr. Baldwin," escreveu Morrissey nos documentos judiciais, acrescentando mais tarde, "não houve encobrimento porque não havia nada a encobrir."

O dramático arquivamento do caso contra Baldwin levou a armeira do filme, Hannah Gutierrez-Reed, a pedir um novo julgamento; ela foi condenada por homicídio culposo em março e sentenciada a 18 meses de prisão.

Foi o terceiro dia do julgamento de homicídio culposo de Baldwin no Tribunal do Condado de Santa Fe quando seus advogados solicitaram o arquivamento do caso devido à falha do Estado em fornecer a munição real que veio de um homem chamado Troy Teske, amigo do padrasto de Gutierrez-Reed, Thell Reed, que é um conhecido armeiro de Hollywood.

No dia anterior, uma técnica de cena de crime do estado, Marissa Poppell, testemunhou que havia falado com Teske e guardado a munição, mas que a havia colocado sob um número de caso diferente do caso "Rust". Ela também testemunhou que a munição não se assemelhava às munições descobertas no set do filme.

O pedido da defesa levou a uma audiência extraordinária na qual Marlowe Sommer examinou a munição —determinando que várias munições, de fato, se assemelhavam às do set de "Rust"— e Morrissey se apresentou como testemunha para defender o manuseio das provas pelo estado. A outra promotora especial do caso, Erlinda O. Johnson, renunciou naquele dia, dizendo que sentia que sua voz não havia sido ouvida sobre como proceder após os problemas com as provas virem à tona.

"A ocultação intencional dessas informações pelo estado foi intencional e deliberada," disse Marlowe Sommer ao arquivar o caso, observando que os eventos significavam que a defesa "não estava em posição de testar a teoria do estado quanto à origem das munições reais."

Morrissey, que assumiu as acusações do caso "Rust" após a promotora local se afastar, escreveu no documento judicial que o testemunho impreciso de Poppell sobre a munição não indicava que as provas haviam sido intencionalmente suprimidas.

"Seres humanos cometem erros —isso não significa que estão mentindo ou que enterraram provas intencionalmente, como alegado pela defesa," escreveu ela.

Durante os procedimentos judiciais de julho, o detetive principal que investigou o caso testemunhou que Morrissey estava presente na decisão de colocar as provas sob um número de caso diferente. Morrissey negou no documento judicial que tenha participado de qualquer decisão sobre o número do caso e escreveu que pensava que o relatório sobre as novas provas seria "de alguma forma vinculado ao número do caso ‘Rust’."

Morrissey também alegou em seu documento que a equipe de Baldwin estava ciente da munição, mas a ignorou estrategicamente até o julgamento; ela pediu à defesa do ator que entregasse todos os documentos relacionados a como e quando souberam da munição.

Se a juíza se recusar a reconsiderar sua decisão, a acusação ainda terá a oportunidade de apelar a um tribunal superior.

Este artigo apareceu originalmente no The New York Times.

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