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Sean Combs, rapper e magnata da música, é preso em Manhattan após acusações de abuso sexual

O empresário responsável pela ascensão de grandes nomes do hip hop acumula acusações de exploração sexual e tráfico de pessoas

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Campinas | The New York Times

Sean Combs, 54, o magnata da música cuja carreira foi prejudicada por processos de agressão sexual e uma investigação federal, foi preso em um hotel de Manhattan na noite desta segunda-feira (16), após ser indiciado por um juri.

As acusações não foram divulgadas, mas Marc Agnifilo, advogado de Combs, disse acreditar que seu cliente é acusado de extorsão e tráfico sexual.

Em declaração, a equipe jurídica de Combs disse estar decepcionada com a decisão da justiça pela detenção, observando que ele cooperou com a investigação e "se mudou voluntariamente para Nova York na semana passada, em antecipação às acusações".

Sean Combs na sala de imprensa durante o MTV Video Music Awards, em Newark, Nova Jersey, em 12 de setembro de 2023 - AFP

"Sean 'Diddy' Combs (como é conhecido) é um ícone da música, empresário que cresceu sozinho, homem de família amoroso e filantropo comprovado que passou os últimos 30 anos construindo um império, amando seus filhos e trabalhando para elevar a comunidade negra", disse a defesa . "Ele é uma pessoa imperfeita, mas não é um criminoso."

Damian Williams, procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, disse em um comunicado publicado nas redes sociais na noite de segunda que "esperamos avançar para revelar a acusação pela manhã e teremos mais a dizer nesse momento".

Agnifilo disse que Combs foi preso por policiais das Investigações de Segurança Interna por volta das 20h30, no hotel onde estava hospedado, o Park Hyatt New York. Espera-se que ele seja indiciado nesta terça-feira (17).

A prisão de Combs faz dele a figura de maior destaque no mundo da música a enfrentar acusações criminais por má conduta sexual desde R. Kelly, o cantor de R&B que, após julgamentos em Nova York e Chicago, foi condenado a mais de 30 anos de prisão por crimes sexuais infantis, tráfico sexual e extorsão.

Combs, também conhecido como Diddy e Puff Daddy, foi uma figura chave na ascensão global do hip-hop como força comercial nas décadas de 1990 e 2000, ajudando a transformar rappers em estrelas como Notorious Big e Mary J. Blige. Mas ele tem estado sob intenso escrutínio público desde que uma ex-namorada, Casandra Ventura, entrou com uma ação judicial em novembro passado, acusando-o de anos de abuso sexual e físico.

Combs resolveu o processo com Ventura – também cantora e conhecida como Cassie, que havia assinado contrato com a gravadora de Combs – em um dia, e negou qualquer irregularidade. Mas a pressão legal aumentou nos nove meses seguintes, com a apresentação de cinco processos por mulheres alegando agressão sexual e três outros processos por má conduta sexual.

A equipe jurídica de Combs disse no comunicado que "estes são atos de um homem inocente que não tem nada a esconder e que espera limpar seu nome no tribunal".

Em março, agentes federais invadiram as casas de Combs em Los Angeles e Miami Beach, Flórida. Ele foi detido em um aeroporto na região de Miami e teve seus dispositivos eletrônicos apreendidos. As autoridades não fizeram anúncios à época, mas um responsável federal disse que o inquérito era, pelo menos em parte, por tráfico de seres humanos.

Promotores federais de Nova York já haviam entrevistado diversas testemunhas sobre alegações de má conduta sexual contra Combs, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.

Combs negou veementemente as acusações nos processos civis, chamando-as de "alegações repugnantes" de pessoas que buscam "um ganho rápido". Os seus advogados criticaram duramente a forma como as operações - que envolveram agentes das Investigações de Segurança Interna - foram realizadas, classificando o ato como "uso excessivo e grosseiro da força a nível militar".

Esse tom de desafio mudou depois que a CNN publicou imagens de vigilância de um hotel, em maio, que mostravam Combs agredindo fisicamente e chutando Ventura, em 2016. Combs postou um vídeo de desculpas nas redes sociais e disse que procurou ajuda profissional.

Produtor prolífico e empresário talentoso, Combs ajudou a introduzir o hip-hop no mainstream com sua gravadora, a Bad Boy Entertainment. Ele também criou uma personalidade de mídia arrogante e grandiosa, dando festas cheias de celebridades e presidindo um popular reality show da MTV em meados dos anos 2000.

Ele estabeleceu um portfólio lucrativo de marcas que inclui moda, bebidas alcoólicas e uma rede de TV a cabo, a Revolt.

Durante décadas, Combs foi perseguido por acusações de violência, embora esta seja a primeira vez que ele enfrenta uma investigação tão extensa sobre sua condut. Em 2001, ele foi alvo de um julgamento altamente divulgado por causa de um tiroteio em uma boate, onde foi absolvido das acusações de porte de arma e suborno.

Nos últimos anos, ele adotou uma nova personalidade, pedindo às pessoas que o chamassem de Love, batizando sua mais nova filha de Love e intitulando seu primeiro álbum solo de estúdio em 17 anos como "The Love Album".

No ano passado, Combs estava saindo de um turbilhão de publicidade positiva ligada a esse álbum e à sua longa carreira na música, quando Ventura entrou com uma ação com alegações detalhadas e perturbadoras que se estenderam por mais de uma década. Sua denúncia incluía acusações de tráfico sexual e dizia que o Combs a forçou a fazer sexo com gartoos de programa na frente dele.

Ele ainda a forçou a usar sites e serviços de acompanhantes para encontrar prostitutas para participar de encontros movidos a drogas.

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