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Violência faz Correios cobrarem taxa extra para encomendas enviadas ao Rio

Cobrança de R$ 3 será suspensa se a situação for controlada

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Os Correios irão cobrar,  a partir de 6 de março, uma taxa extra de R$ 3 para todas encomendas enviadas à cidade do Rio de Janeiro.

A empresa afirma que a cobrança ocorre por causa do crescimento da violência na cidade e que a taxa suspensa a qualquer momento, " desde que a situação de violência seja controlada".

"Vale esclarecer que essa cobrança já é praticada por outras transportadoras brasileiras desde março de 2017", afirmou.

A companhia justifica a cobrança afirmando que a situação na cidade chegou a extremos e que o custo para entrega de mercadorias —alvo de constantes furtos— sofreu "altíssimo impacto" por causa de medidas tomadas para garantir a segurança dos empregados, das encomendas e das unidades dos Correios.

SEM ENTREGA

Reportagem da Folha com base em dados que integram a base do sistema de informação dos Correios mostrou que a explosão da criminalidade nos últimos anos levou a empresa a suspender a entrega de produtos em quase metade do Rio. Dos 27.616 endereços da cidade, há algum tipo de restrição em 12.037 deles, o que equivale a 43,6% do total.

Em mais da metade deles (6.469), a entrega só ocorre com o uso de aparato especial de segurança, como escolta armada, o que obrigatoriamente provoca a ampliação dos prazos para recebimento de produtos. No restante dos casos (5.568), porém, a distribuição não ocorre de forma nenhuma os clientes precisam buscar a encomenda em uma unidade dos Correios.

Na zona norte, por exemplo, há uma série de distritos com veto total de entregas em 100% dos endereços.

A maior quantidade de CEPs sem restrição de entrega está na zona oeste e na zona sul, como Botafogo, Ipanema, Copacabana, mas até essas regiões na área nobre estão cravejadas de pontos sem acesso dos carteiros, em comunidades controladas pelo crime em meio a bairros mais ricos.

O Rio de Janeiro passa por uma crise política e econômica, com graves reflexos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública. Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem gasolina nos veículos. Faltam equipamentos como coletes e munição.

O Estado está sob intervenção federal na área de segurança pública desde o dia 16 de fevereiro.

 

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