Fala de Marun sobre prisões de empresários causa desconforto no governo e na PF
Interlocutores do governo tentam amenizar o tom da mensagem nos bastidores
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A declaração do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) sobre pedidos de prisão contra empresários causou incômodo no governo e na Polícia Federal.
Ao conceder entrevista na manhã deste sábado, Marun afirmou que o governo tem convicção da existência de locaute nos protestos de caminhoneiros pelo país. A ação, ilegal, é caracterizada pela apropriação por parte de empresários dos atos de trabalhadores para atender aos seus interesses.
"A Polícia Federal já tem inquéritos abertos para investigar essas suspeitas. Os empresários suspeitos serão intimados. A PF nos informou que existem pedidos de prisões que estão esperando a Justiça", disse o ministro após a reunião.
A declaração irritou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que comanda a pasta que tem o controle administrativo da PF.
Em geral, pedidos de prisão e de outras medidas cautelares em meio a investigações são feitos de forma sigilosa, sem anúncios em entrevistas. Ao ser questionado sobre mais detalhes, Marun disse que não poderia comentar pois se tratava de assunto sigiloso.
Horas depois das declarações do ministro, interlocutores do governo tentaram nos bastidores amenizar o tom da mensagem de mais cedo.
Eles passaram a dizer que, na verdade, as primeiras ações da polícia devem ser de busca e apreensão, e não de prisão.
O ministro Carlos Marun disse que, antes de dar a declaração sobre as prisões, o conteúdo foi combinado com Jungmann e Etchegoyen, em frente ao presidente Michel Temer.
Procurada, a PF não se manifestou, como é praxe em casos e que medidas ainda não foram cumpridas.
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