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Após quatro quedas seguidas, juros do cartão rotativo voltam a subir

Taxa da categoria alcançou 274% ao ano, segundo o BC

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Brasília

Após quatro quedas consecutivas, a taxa de juros do cartão de crédito rotativo voltou a crescer em agosto, para 274% ao ano. 

Em julho, a taxa média foi de 271,4% ao ano, ou seja, no mês passado houve uma alta de 2,6 pontos percentuais.

Os juros do cheque especial, segundo o BC, se mantiveram estáveis em 303,2% ao ano. 

Esse crescimento ocorreu por causa da alta nos juros na modalidade não regular do cartão de crédito, em que os clientes deixam de quitar o percentual mínimo da fatura no vencimento. 

A taxa média dessa categoria, que vinha caindo desde março, subiu de 285,2% ao ano para 291,3% ao ano, ou seja, um crescimento de 6,1 pontos percentuais. 

Já na modalidade regular, em que o mínimo da fatura é pago, houve uma queda nos juros, de 252,1% para 250,3% ao ano.

Apesar da alta de agosto, Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, lembrou que a taxa está bem menor, em relação ao ano passado, e que a diferença entre a taxa regular e não regular vem diminuindo. 

"Em março, a diferença entre as duas taxas era 137 pontos, agora, neste mês, essa diferença é de 40 pontos", disse. "Essas são operações para fundos emergenciais, e que não devem ser utilizadas como princípio de educação financeira", lembrou Rocha. 

A taxa de juros média para consumidores que inclui todas as categorias (com exceção de financiamentos imobiliários, BNDES e crédito rural) permaneceu quase estável, em 51,8% ao ano (havia sido de 52% em julho). 

Em julho, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo foi de 271,4% ao ano - Elise Amendola/AP

No caso de empresas, também houve uma leve queda, de 20,6% para 20,4% ao ano. 

A inadimplência dos consumidores também se manteve estável em 5%. No caso de empresas, o calote de mais de 90 dias se manteve quase no mesmo patamar, se reduzindo de 3,4% para 3,3%. 

Nos últimos meses, a inadimplência vem recuando mês a mês e se mantém no patamar mais baixo da série histórica, iniciada em março de 2011. 

"Isso se deve à retomada da atividade e ao desempenho do setor bancário, que vem gerenciando as operações de crédito", afirmou Rocha. 

Segundo ele, esse gerenciamento pelas instituições financeiras é tanto antes do empréstimo, avaliando se a linha é adequada ao cliente, como depois, com o oferecimento de uma outra opção de crédito em caso de atrasos no pagamento. 

O spread médio de consumidores e empresas (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta) recuou de 29,4 pontos percentuais para 28,9. 

ESTOQUE DE CRÉDITO

O estoque de crédito no sistema financeiro, ou seja, tudo o que está emprestado, teve crescimento de 1% em agosto sobre julho, consequência da desvalorização do real. 

"O saldo cresceu por causa da desvalorização cambial ocorrida em agosto. Há algumas modalidades, como financiamento às exportações e algumas modalidades de empréstimo do BNDES, que são afetadas pelo câmbio", afirmou Rocha. 

De acordo com ele, sem considerar-se o efeito da valorização do dólar, o estoque de crédito observado seria cerca de R$ 10 bilhões menor. 

EMPRESAS

Rocha destacou o crescimento de algumas operações de crédito a empresas, como desconto de duplicatas, cujo estoque teve alta de 2% em relação a julho e de 39% na comparação com agosto do ano passado.

As operações de capital de giro também tiveram alta em seus saldos, com crescimento de 0,7% no caso das operações abaixo de 365 dias. 

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