Tribunal autoriza liberdade sob fiança de Greg Kelly, braço direito de Ghosn

Valor da fiança foi estabelecido em R$ 2,4 milhões

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Tóquio | AFP

Um tribunal de Tóquio aceitou nesta terça-feira (25) o pedido de liberdade sob fiança do americano Greg Kelly, detido em 19 de novembro ao lado de Carlos Ghosn, informa a imprensa local.

O valor da fiança foi estabelecido em 70 milhões de ienes (R$ 2,4 milhões), de acordo com o canal público NHK e a agência Kyodo.

Kelly, considerado o braço direito de Ghosn na Nissan, foi acusado em 10 de dezembro por, segundo a Promotoria, ter ajudado o executivo franco-brasileiro-libanês a ocultar parte de sua renda das autoridades da Bolsa, uma quantia que chegou a 5 bilhões de ienes (R$ 176 milhões) em cinco anos, de 2010 a 2015.

O americano, de 62 anos, também é suspeito de ter participado em uma operação similar de redução dos honorários de Ghosn de 2015 a 2018. Ele nega qualquer fraude.

Kelly entrou na filial americana da Nissan em 1988, depois de uma carreira como advogado. Em 2008, se tornou integrante da diretoria do grupo, responsável por organizar a agenda do presidente, e em 2012 virou administrador. 

O diretor geral da Renault, Carlos Ghosn, permanece na prisão, objeto de novas acusações, desta vez abuso de confiança: a justiça decidiu no domingo prorrogar sua detenção preventiva até pelo menos 1 de janeiro.

Em um vídeo publicado na internet, a mulher de Greg Kelly citou a "possibilidade de libertação no dia de Natal".

Poucos dias depois da detenção dos dois executivos, a Nissan destituiu Ghosn da presidência do conselho de administração e Kelly de suas funções de representação.

Carlos Ghosn permanece como diretor geral da Renault e da aliança formada com as japonesas Nissan e Mitsubishi Motors, o maior grupo automobilístico mundial.

CRONOLOGIA

19.nov.
Presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn é preso por supostas violações financeiras no Japão; o diretor da Nissan Greg Kelly também é detido, suspeito de envolvimento no caso

21.nov.
Tribunal de Tóquio mantém as prisões de Ghosn e de Kelly por 10 dias

22.nov.
Conselho da Nissan tira Ghosn da presidência do colegiado e Kelly da direção da montadora

25.nov.
Ghosn se pronuncia pela primeira vez desde a detenção e nega as acusações

26.nov.
Conselho de administração da Mitsubishi Motors remove Ghosn da presidência do colegiado

30.nov.
Tribunal de Tóquio aceita estender até 10 de dezembro a detenção de Ghosn

10.dez.
Procuradores de Tóquio indiciam oficialmente Ghosn por subdeclarar sua renda e prorrogaram sua detenção. Nissan também é indiciada por apresentar declarações financeiras falsas

11.dez
Tribunal de Tóquio rejeita recurso apresentado pelosadvogadosde Ghosn para ele ser libertado

12.dez.
Tribunal brasileiro decide que Ghosn deve ter acesso a apartamento no Rio de Janeiro para recuperar pertences

13.dez.
Nissan afirma que Ghosn e seus representantes não têm direito a acessar o apartamento do Rio e que o conteúdo de três cofres existentes no imóvel podem conter evidência contra o executivo. Na mesma data, o conselho administrativo da Renault ratifica Ghosn como presidente da multinacional

14.dez.
Nissan informa que representantes de Ghosn recuperaram documentos do apartamento corporativo no Rio

20.dez.
Tribunal de Tóquio decide não prorrogar a prisão de Carlos Ghosn

21.dez.
Promotoria de Tóquio faz nova acusação e consegue impedir asoltura do empresário. Kelly, porém, deve deixar a cadeia

23.dez.
Justiça japonesa decide prolongar a detenção de Ghosn por mais dez dias

25.dez.
Tribunal autoriza liberdade de Greg Kelly, sob fiança de R$ 2,4 milhões

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