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Uber recebe US$ 50 bi em corridas em 2018, mas ainda tem prejuízo bilionário

Companhia se prepara para uma das maiores ofertas públicas iniciais de ações da história

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San Francisco | Reuters

O Uber registrou US$ 50 bilhões (R$ 185 bilhões) em corridas em seus serviços de transporte de passageiros e entrega de comida em 2018, um indicativo do tamanho e alcance global da empresa enquanto se prepara para atrair investidores para uma das maiores ofertas públicas iniciais de ações da história.

Mas os números divulgados pela companhia nesta sexta-feira (15) mostraram que a receita subiu apenas 2% no quarto trimestre, um sinal de que a empresa continua a subsidiar corridas em mercados disputados e que levanta dúvidas sobre as possibilidades de crescimento.

A receita anual do Uber em 2018 foi de US$ 11,3 bilhões (R$ 41,8 bilhões), alta de 43% sobre o ano anterior. O prejuízo antes de impostos, depreciação e outras despesas foi de US$ 1,8 bilhão (R$ 6,66 bilhões) ante US$ 2,2 bilhões (R$ 8,14 bilhões) de resultado negativo em 2017.

A companhia ressaltou o número de corridas de 2018, que representou uma alta de 45% sobre 2017.

Em dezembro, o Uber fez um pedido confidencial de oferta pública inicial, que pode ocorrer já no segundo trimestre deste ano. A empresa está correndo com a rival Lyft para promover o primeiro IPO de uma empresa de transporte urbano por aplicativo.

"Ano passado foi nosso mais forte até agora e o quarto trimestre marcou outro recorde", disse o vice-presidente financeiro do Uber, Nelson Chai.

A companhia afirmou que as corridas brutas no quarto trimestre somaram um recorde de 14,2 bilhões (R$ 52,5 bilhões) de dólares, alta de 11% sobre o trimestre anterior. A receita no quarto trimestre alcançou US$ 3 bilhões (R$ 11,1 bilhões), altas de 2% sobre o terceiro trimestre e de 24% na comparação anual.

"O Uber precisa mostrar que pode controlar custos e fazer dinheiro, basicamente precisa fornecer um forte argumento de que seu modelo de negócios não é falho e que pode conseguir lucratividade sustentável apesar das questões com motoristas, clientes e políticos", disse David Brophy, professor de finanças da Escola de Negócios Ross, da Universidade de Michigan.

A intensa competição com rivais ao redor do globo tem mantido as contas do Uber no vermelho. A empresa compete na Índia contra a Ola, na América Latina contra a chinesa Didi Chuxing e no Oridente Médio contra a Careem, que têm pressionado o grupo norte-americano a reduzir preços de corridas, aumentar pagamentos a motoristas e investir pesado em marketing e recrutamento.

O Uber Eats também tem brigado em uma indústria lotada de concorrentes, o que tem forçado a empresa a dar descontos para competir com empresas como a startup DoorDash, que está no processo de levantar US$ 500 milhões (R$ 1,8 bilhão) junto a investidores e é avaliada em US$ 6 bilhões (R$ 22,2 bilhões), e a Postmates, que fez neste mês um pedido para IPO.

O Uber não tem planos para desacelerar investimento no Uber Eats ou em outras áreas custosas como direção autônoma para mostrar que consegue ter lucro. O prejuízo da companhia antes de juros, impostos e depreciação disparou no quarto trimestre para US$ 940 milhões (R$ 3,4 bilhões), altas de 43% sobre o trimestre anterior e de 21% na comparação com 2017.

"Acredito que os investidores vão perdoar até um aumento de prejuízo no quarto trimestre se houver evidência de um crescimento significativo da receita", disse Arun Sundararajan, professor de negócios da Escola de Negócios Stern, da Universidade de Nova York.

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