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Trabalho infantil aumenta pela primeira vez em duas décadas

Relatório da OIT e do Unicef estima que 160 milhões de menores foram obrigados a trabalhar em 2020

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Nina Larson
Genebra | AFP

O número de afetados pelo trabalho infantil no mundo cresceu pela primeira vez em duas décadas e a pandemia de Covid-19 ainda ameaça forçar mais milhões de crianças a trabalhar, alertou a ONU nesta quinta-feira (9).

Um relatório conjunto da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que, no início de 2020, 160 milhões de menores foram obrigados a trabalhar, 8,4 milhões a mais que há quatro anos.

Se as projeções de aumento da pobreza no mundo se cumprirem, mais nove milhões de crianças serão forçadas ao trabalho antes do final do ano que vem, segundo o relatório.

Crianças fazem malabarismos em troca de moedas em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Alerrandra, 11, pede dinheiro após fazer malabarismos com outras crianças em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Bruna, 9, pede dinheiro após fazer malabarismos com outras crianças em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Diogo, 15, faz malabarismos em troca de moedas em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Richard, 14, morador da região do Capão Redondo na zona sul de São Paulo, trabalha em um carrinho de cachorro quente na região para ajudar nas despesas de casa. Folhapress/Jardiel Carvalho

Daniele, 17, também faz malabarismos em troca de moedas em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Dinheiro recebido após crianças fazerem malabarismos em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Samira, 10 faz malabarismos com outras crianças em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Richard, 14, morador da região do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, trabalha em um carrinho de cachorro quente na região para ajudar nas despesas de casa. Folhapress/Jardiel Carvalho

Rodolfo, 16, morador da região do Capão Redondo na zona sul de São Paulo, trabalha em um carrinho de cachorro quente. Seu primeiro emprego foi aos 12 anos como vendedor de Frutas. Folhapress/Jardiel Carvalho

Rodolfo, 16, e Richard, 14, moradores da região do Capão Redondo na zona sul de São Paulo, trabalham em um carrinho de cachorro quente na região para ajudar nas despesas de casa. Folhapress/Jardiel Carvalho

Richard, 14, morador da região do Capão Redondo na zona sul de São Paulo, trabalha em um carrinho de cachorro quente na região para ajudar nas despesas de casa. Folhapress/Jardiel Carvalho

Alerrandra, 11, de branco, e Bruna, 9, pedem dinheiro após fazerem malabarismos em semáforo na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo. Folhapress/Zanone Fraissat

Um número que pode ser até cinco vezes maior de acordo com as projeções, advertiu Claudia Cappa, estatística do Unicef e uma das autoras do estudo.

“Se as projeções sociais caírem em relação ao nível atual, devido a medidas de austeridade e outros fatores, o número de crianças forçadas a trabalhar pode aumentar em 46 milhões” até o final de 2022, explicou à AFP.

Contra pandemia, governo Bolsonaro decidiu em março distribuir R$ 200 para trabalhadores informais . Folhapress/Fernando Donasci

O Congresso, no entanto, elevou o benefício para R$ 600. A princípio ele seria pago em três parcelas. Folhapress/Havolene Valinhos

O auxílio emergencial começou a ser pago em abril e teria sua última parcela em junho. Mas o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto). O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período. Por último, o governo reduziu o valor para R$ 300 e garantiu o pagamento até dezembro. Folhapress/Gabriel Cabral

No período, o presidente viu a avaliação de seu governo melhorar. Segundo o Datafolha de agosto, a rejeição a Bolsonaro caiu de 52% para 35% na região Nordeste, na qual mantinha a pior avaliação: 33% de ótimo e bom, subida de seis pontos em relação a junho. A correlação com a distribuição do auxílio de R$ 600 é sugerida, ainda que não direta. PR/Isac Nóbrega

Em junho o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou a deputados federais que o governo lançaria o programa Renda Brasil para substituir o Bolsa Família logo após o fim da pandemia do novo coronavírus. Folhapress/Pedro Ladeira

A ideia era incluir informais identificados pelo governo e que foram beneficiados pelo auxílio emergencial de R$ 600 . /Raul Spinassé

O problema era como financiar o programa. Nessa discussão, o governo chegou a planejar endurecer as regras e revisar quase 2 milhões de benefícios destinados a idosos e pessoas carentes com deficiência. Com as medidas, o governo teria uma economia que chegaria a R$ 10 bilhões por ano. Folhapress/Fernando Frazão

A proposta, porém, incomodou o presidente, que desistiu de lançar o programa Renda Brasil.'Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família. E ponto final', afirmou. PR/Carolina Antunes

Pouco mais de 10 dias, após negociação com líderes partidários, o governo anunciou uma proposta para o novo programa social que substituirá o Bolsa Família, batizado de Renda Cidadã. Para bancar a assistência ampliada, o projeto previa usar recursos de precatórios e do Fundeb (fundo para a educação). Reuters/Adriano Machado

Mas o próprio ministro Paulo Guedes afirmou que o governo não vai usar os precatórios para bancar o programa Renda Cidadã. Ele defendeu mesmo assim uma revisão no fluxo de pagamentos. Reuters/Adriano Machado

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