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FMI decide encerrar escritório no Brasil após 'dispensa' de Guedes

Ministro disse que representantes do Fundo gostam de criticar e que presença não é mais necessária

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Brasília

O FMI (Fundo Monetário Internacional) vai encerrar seu escritório no Brasil até o ano que vem, após o ministro Paulo Guedes (Economia) expressar que o governo não precisa mais dos trabalhos da entidade no país.

"O FMI concordou com as autoridades brasileiras em encerrar o nosso Escritório de Representação em Brasília até 30 de junho de 2022", afirmou Joana Pereira, representante residente do FMI no Brasil, em nota.

Pereira afirma que o escritório foi aberto durante um acordo de assistência financeira do FMI em 1999 e que, embora o acordo do FMI com o Brasil tenha terminado em 2005, o escritório foi mantido para facilitar o diálogo entre o corpo técnico do fundo e as autoridades.

"Esperamos que a alta qualidade do envolvimento do corpo técnico do Fundo com as autoridades brasileiras continue, à medida que trabalhamos para apoiar o Brasil no fortalecimento de sua política econômica e arcabouço institucional", afirma.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala com jornalistas depois de evento da FIESP, em São Paulo - Amanda Perobelli - 15.dez.2021/Reuters

O anúncio é feito em meio a críticas de Guedes às previsões da instituição, que chegou a prever nas etapas iniciais da pandemia que a economia brasileira teria uma queda maior em 2020. Medidas como o auxílio emergencial reverteram a tendência e o ministro continua relembrando as projeções do FMI em diversas ocasiões.

Nesta quarta-feira (15), Guedes afirmou que assinou documento em que expressava que o país não precisaria mais dos trabalhos in loco do fundo –embora a decisão por manter ou não o escritório seria do próprio FMI. "Estamos dispensando, assinei há uma semana, pode passear lá fora", disse.

"Chama-se residente do FMI no Brasil, nós que credenciamos. Já pedimos que, em junho do ano que vem, feche o FMI [no Brasil]. Se eles [FMI] quiserem, mantêm o escritório. Mas nós oficialmente estamos dizendo que não precisamos tê-los aqui mais. Já há muitos anos que não precisávamos. Ficaram porque gostam de feijoada, futebol e de vez em quando criticar um pouco e fazer previsão errada", disse Guedes.

Guedes usou o episódio para rebater também as críticas econômicas feitas por Ilan Goldfajn, ex-presidente do BC (Banco Central), que assumirá um cargo de direção no fundo.

"Aparentemente, o ex-presidente do Banco Central criticou muito o Brasil e ele está indo para lá. É um bom economista, bom amigo, mas se já tem um ponto de vista aparentemente bem crítico e bem negativo sobre o Brasil, ainda precisa de um representante aqui?", questionou Guedes.

Goldfajn, que é presidente do conselho do Credit Suisse, afirmou em entrevista ao portal Neofeed nesta semana que os investidores estrangeiros não estão fugindo do Brasil –eles "já fugiram".

Segundo o próprio Guedes, o Ministério da Economia já tinha expressado ao FMI sua posição antes das críticas de Ilan e apenas aproveitou o momento para anunciar a medida como forma de rebater os comentários feitos por Godlfajn.

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