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Descrição de chapéu União Europeia

Domino's fecha lojas na Itália por não conseguir vencer pizzas tradicionais

Rede de fast-food enfrentou concorrência de pizzarias que agora oferecem delivery por aplicativos

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Oliver Barnes
Londres | Financial Times

A Domino's Pizza fechou suas lojas na Itália, depois de sete anos em que a marca americana lutou para conquistar clientes no berço da pizza.

O parceiro franqueado italiano da cadeia de fast-food, ePizza SpA, que operava 29 filiais em todo o país, entrou com pedido de falência no início de abril.

Como parte do processo de insolvência, ele conseguiu proteção judicial por 90 dias junto a seus credores, o que os impediu de exigir pagamentos ou a penhora de bens da empresa. Mas a carência terminou no mês passado.

Fachada da Domino's Pizza em Los Angeles, nos Estados Unidos - Lucy Nicholson - 18.jul.2018

As operações italianas da Domino's sucumbiram a uma combinação de queda nas vendas, aumento dos custos operacionais, dívidas altas e "um aumento exponencial" na concorrência de pizzarias tradicionais que agora oferecem delivery por aplicativos, como Glovo, Just Eat e Deliveroo, de acordo com os pedidos de falência de abril.

A rede de pizzarias com sede em Michigan tem cerca de 18.800 lojas em 90 mercados em todo o mundo, a maioria administrada por franqueados.

Ainda no início de 2020, a rede americana anunciou planos ambiciosos de adicionar 850 lojas na Itália e alcançar 2% de participação de mercado até 2030, mas a pandemia levou ao limite seu parceiro de franquia italiano. "A pandemia de Covid-19 e as longas e sucessivas restrições prejudicaram gravemente a ePizza", acrescentam os documentos de falência.

A Domino's parou de aceitar pedidos de entrega em seu site italiano em 29 de julho. A Domino's Pizza Inc, empresa americana, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Marcelo Bottoli, presidente e maior acionista da ePizza SpA, se recusou a comentar quando contatado pelo Financial Times.

No mês passado, o aplicativo de supermercado alemão Gorillas disse que estava se retirando do mercado italiano, assim como de vários outros países europeus.

A notícia do fechamento da Domino's na Itália, relatada pela primeira vez pela agência Bloomberg, é mais um indício do destino incerto das marcas de restaurantes americanas que esperam fazer sucesso entre os exigentes consumidores italianos.

A chegada do primeiro Starbucks na Itália, em 2018, foi recebida com ceticismo. Mas Howard Schultz, CEO da empresa, disse na semana passada que a cadeia de cafés, que opera um único café em Milão, estava "florescendo" e acrescentaria duas filiais, em Roma e Florença.

Em 2021, a ePizza SpA registrou vendas de 10,4 milhões de euros (R$ 54,5 milhões), um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior, mas 36,8% abaixo da meta de vendas para aquele ano. Em dezembro de 2021, as reservas de caixa da empresa eram de apenas 492 mil euros (R$ 2,57 milhões), quase 80% abaixo do orçado.

Em uma atualização divulgada em abril, a empresa culpou o fraco desempenho das vendas ao aumento da concorrência de "restaurantes 'mamãe e papai'", juntamente com "gastos vingativos" dos consumidores em restaurantes quando as restrições da pandemia diminuíram.

(Colaborou Donato Paolo Mancini)

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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