O grupo Barry Callebaut, que fornece cacau e produtos de chocolate para a indústria alimentícia, informou que nenhum produto com salmonela chegou ao mercado brasileiro.
Nesta segunda-feira (8), o gigante suíço retomou parte da produção em sua fábrica na Bélgica, considerada a maior do mundo, depois de ter permanecido fechada por seis semanas devido a uma contaminação por salmonela.
A empresa conta com três fábricas no Brasil, duas na Bahia e uma em Minas Gerais, que atuam na produção de cacau e de chocolate. No país, não houve interrupção na produção.
O grupo fornece produtos à base de cacau e chocolate para inúmeras empresas do setor alimentício.
Executivo Comercial Gourmet na América do Sul da Barry Callebaut, Bruno Scarpa afirmou que a fábrica belga reiniciou sua operação depois de detalhado processo de limpeza das linhas e seguindo todos os padrões de qualidade estabelecidos pelo grupo.
"Nenhum produto com salmonela veio ao mercado brasileiro e hoje estamos trabalhando para minimizar impactos com um possível desabastecimento, já que a fábrica ficou fora de operação por algumas semanas para tratar a questão com o máximo de cuidado", disse.
O executivo diz que a empresa ainda estuda se pode ocorrer falta de produtos no mercado. "No entanto estamos confiantes, pois temos bons estoques de produtos e alternativas de substituição para oferecer aos nossos clientes."
Procurada, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) não respondeu até a publicação deste texto.
As marcas Nestlé e Mondelez informaram que não utilizam matéria-prima produzida na Europa, por isso não há risco de as empresas terem adquirido lote contaminado.
Ainda segundo a Nestlé, os derivados de cacau recebidos pela companhia no país são originados, em sua maioria, de suas fábricas no Brasil, localizadas em Ilhéus e Itabuna, não havendo assim impacto na produção. A marca Hershey's não respondeu.
Fábrica na Bélgica retomou operação nesta segunda (8)
Três linhas de produção, de um total de 28, voltaram a operar em Wieze (noroeste de Bruxelas) e a primeira entrega, de chocolate líquido, acontecerá ainda nesta segunda, informou à agência AFP Korneel Warlop, porta-voz da companhia, acrescentando que as demais linhas vão continuar fechadas para limpeza.
"Nas próximas semanas estaremos em condições de iniciar mais linhas com o objetivo de voltar a um nível normal de produção. No entanto, estamos cautelosos, pois o processo de limpeza e higienização está demorando muito", disse o porta-voz.
"Garantir a segurança alimentar e a segurança de nossos funcionários continua sendo a principal prioridade."
A presença da bactéria foi detectada no final de junho em um lote produzido em Wieze, tendo a lecitina como fonte de contaminação segundo a fábrica, que imediatamente interrompeu a produção e bloqueou todos os produtos produzidos após 25 de junho.
No início de julho, a empresa informou que nenhum chocolate contaminado havia chegado aos consumidores ou saído da Europa.
A Agência Federal de Segurança Alimentar "continua monitorando a retomada da produção por Barry Callebaut, que deve garantir que consumidores e clientes comerciais estejam protegidos de qualquer risco", afirmou Warlop.
Com sede em Zurique, o grupo suíço é o número um mundial em preparações à base de cacau e chocolate para inúmeras empresas do setor alimentício.
De acordo com o balanço 2021/2022, suas vendas anuais atingiram 2,2 milhões de toneladas nesse período.
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