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O aumento dos juros no Brasil e nos mercados desenvolvidos nos últimos meses e o consequente crescimento no custo de captação de recursos pelas empresas tornou a competição entre bancos e fintechs mais equilibrada.
A avaliação foi compartilhada nesta quinta-feira (1º) pelos copresidentes do conselho de administração do Itaú, Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles.
"Saímos da defesa, e sem se descuidar da defesa evidentemente, mas indo para o ataque, para conquistar novos espaços no mercado", afirmou Setubal, durante evento promovido pelo banco nesta manhã.
"O jogo ficou mais igual e estamos em condições de competir melhor. É muito fácil você crescer oferecendo preços muito baixos, e, de certa forma, até subsidiados, para atrair os clientes. E, na medida que precisa de resultados, a competição fica mais equânime."
Tendo proliferado no mercado nos últimos anos em um ambiente de juros extraordinariamente baixos e com as pessoas dentro de casa por causa da pandemia, as novas empresas digitais passaram a enfrentar mais dificuldades neste ano, com uma série de fintechs promovendo demissões em massa para se adequar ao novo ambiente de normalização dos juros e retomada da atividade presencial.
Moreira Salles afirmou ainda que, com o aperto nas condições financeiras em escala global, as fintechs passaram a enfrentar um ambiente mais difícil para expandir suas operações, com uma cobrança maior por parte dos investidores para que comecem a entregar resultados no curto prazo, e não mais mirando apenas horizontes de médio e longo prazo.
"Esses novos concorrentes, de fato, têm e tinham uma história muito interessante para apresentar, agora eles têm que se adequar a um mundo mais parecido com o que a gente vive", afirmou Moreira Salles. "Nossa capacidade de competir só se tornou ainda maior, melhor, mais competente, e uma história mais interessante."
Em um cenário de aumento dos juros que favoreceu os resultados das grandes instituições financeiras, o Itaú Unibanco registrou um lucro líquido de R$ 7,679 bilhões no segundo trimestre de 2022, o que corresponde a um crescimento de 17,3% na comparação com igual período do ano passado.
No ano passado, a disputa entre bancos e fintechs chegou a ganhar ares acalorados, com manifestações públicas nas redes sociais de ambos os lados sobre os juros cobrados pelas instituições e eventuais assimetrias regulatórias que favoreceriam as novas empresas digitais do ramo financeiro.
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