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Safra cheia acelera PIB do agronegócio após dois anos de problemas climáticos

Soja e milho garantem evolução de 6% do indicador nos últimos quatro trimestres

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Mauro Zafalon

Responsável pela coluna Vaivém das Commodities, é formado em jornalismo e em ciências sociais.

Após dois anos de sérios problemas climáticos, as lavouras brasileiras devem ter o que se chama de safra cheia. Com isso, o PIB (Produto Interno Bruto) do setor apresenta taxas consistentes de evolução neste primeiro trimestre.

O crescimento do PIB de janeiro a março de 2023 supera em 18,8% o do mesmo período de 2022. A soja, que impediu a alta do indicador no ano passado, lidera a evolução neste.

Máquina agrícola usada na colheita de soja em Goiás - Lucio Tavora/Xinhua

Na safra de 2022, após uma previsão inicial de até 144 milhões de toneladas, a produção da oleaginosa ficou abaixo de 120 milhões, nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Uma forte seca afetou a produtividade, principalmente no Sul do país.

Neste ano, o clima favoreceu, e os produtores colheram 149,1 milhões de toneladas. Algumas estimativas apontam para até 155 milhões. A evolução anual de 24,7%, registrada pelo IBGE, é o que alavanca o PIB deste início de ano. A produção de soja representa 49% de toda a produção anual de grãos do país. No primeiro trimestre, o percentual chega a 70%.

A boa evolução do PIB se deve também à produção de milho. Em 2021, o cereal teve perda semelhante à da soja, devido a seca e geadas. Neste ano, a primeira safra registrou crescimento de 10%, e a segunda, a chamada safrinha, também caminha bem.

O bom desempenho da soja e do milho, produtos que representam 89% da produção anual de grãos e 85% da área semeada, deu maior presença à região Sul no PIB. Segundo o IBGE, a produção de grãos dos três estados do Sul deverá aumentar 29% neste ano, o dobro da média do país.

O arroz é o ponto negativo do setor agropecuário e da região Sul. A área de plantio vem caindo ano a ano, e a produção recuando. Neste ano, a produção nacional cai para 9,9 milhões de toneladas, 7,5% a menos do que em 2022.

Principal produtora do cereal, a região Sul destinou 9% a menos de área para o arroz nesta safra, o que provocou uma redução de 9,3% na produção. O Rio Grande do Sul, líder nacional, teve queda de 11% na área e na produção.

A pecuária também coopera para a evolução do PIB. Houve uma oferta maior de animais para abate nos três primeiros meses deste ano, em relação a igual período do ano passado.

Dados preliminares do IBGE apontam que 7,3 milhões de bovinos e 14,1 milhões de suínos foram para os abatedouros de janeiro a março, com aumento de 5% e de 3,5%, respectivamente, em relação ao primeiro trimestre de 2022. O abate de frango, ao somar 1,6 bilhão de aves, cresceu 4,8%.

A maior oferta de animais para o abate resultou também em um volume maior de carne. No caso de bovino e de suínos, a alta foi de 3%; no de frango, de 6%.

O crescimento do PIB agropecuário nos três primeiros meses deste ano superou em 21,6% o de outubro a dezembro de 2022, um período de pouca produção agrícola. Nos últimos quatro trimestres, em relação aos quatro imediatamente anteriores, a evolução foi de 6%.

O PIB do setor, após a queda em 2022, vai se descolar do dos demais setores e terá bom crescimento em 2023. Além da boa safra de soja, a safrinha de milho também promete um volume recorde que, segundo o IBGE, deverá atingir 92 milhões de toneladas.

Incluídos os 28 milhões da primeira safra, a produção nacional de milho tem potencial para 120 milhões de toneladas, nos cálculos do IBGE. Algumas estimativas de mercado já indicam produção superior a 130 milhões.

A safrinha, no entanto, ainda poderá sofrer efeitos climáticos de seca ou de geadas, principalmente no Sul do país. Se a agropecuária não tiver nenhuma surpresa no desenrolar do resto do ano, a taxa do PIB poderá se aproximará dos dois dígitos.

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