Descrição de chapéu PIB

Haddad diz que PIB comprova projeções do governo, mas cita cautela por alta do agro

Em nota publicada mais cedo, ministério comandado por Haddad avaliou em nota o resultado do PIB divulgado nesta quinta (1°)

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Brasília

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quinta-feira (1º) que o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre comprova as projeções da SPE (Secretaria de Política Econômica), mas pediu cautela com o dado por causa do forte crescimento da agropecuária.

A economia brasileira cresceu 1,9% no primeiro trimestre do ano, graças principalmente ao desempenho do setor agrícola, que avançou 21,6%. A média calculada pela Bloomberg com agentes do mercado financeiro era de 1,3%.

Haddad falou ao chegar ao ministério da Fazenda na tarde desta quinta. "Nós estamos há algum tempo dizendo que o crescimento deste ano vai bater 2%. Então está comprovando as projeções da Secretaria de Política Econômica", disse. "Mas nós devemos ter cautela também porque o agro veio muito forte e então a gente tem que começar a pensar em 2024."

O vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad em evento no Palácio do Planalto - Ueslei Marcelino/REUTERS

O ministro defendeu que para manter a geração de emprego será necessário tomar cuidado com 2024 e "ter clareza de que nós temos aí uma oportunidade muito boa porque a inflação está vindo controlada, juro futuro caindo bastante sensivelmente, o que abre uma janela de oportunidade importante para a política monetária."

Ele afirmou que o esforço fiscal continuará sendo feito até o final do ano para garantir os resultados do novo marco fiscal.

Mais cedo, o Ministério da Fazenda emitiu nota em que disse acreditar que o resultado do PIB "eleva o viés positivo para projeção de crescimento da SPE em 2023, atualmente em 1,9%".

Apesar do resultado positivo, a equipe econômica vê alertas para o segundo semestre. "Para o segundo trimestre, na margem, deve ser observado desaceleração do crescimento da Agropecuária uma vez que o aumento da produção de grãos tem impacto muito mais pronunciado no primeiro trimestre, pela colheita da soja e milho 1ª safra", avaliou.

Na indústria, que teve queda de 0,1% no primeiro trimestre, "indicadores antecedentes não vêm sinalizando recuperação no próximo trimestre".

No setor de serviços, que teve alta de 0,6% "as perspectivas seguem favoráveis para o próximo trimestre". Como razões, a Fazenda listou a geração de novas vagas de emprego e a elevação da renda real disponível "que deve ser verificada tanto pelo novo aumento no valor do salário mínimo em maio como pela desaceleração esperada para a inflação, em especial de alimentos e gasolina".

O ministério vê com otimismo o crescimento no ano

"Vetores positivos para o crescimento devem vir ainda do programa Desenrola, do Minha Casa Minha Vida e do estímulo ao adensamento tecnológico, derivado do Plano de Transformação Ecológica e de políticas de crédito para inovação e digitalização, recentemente anunciadas", apontou.

Outro fator importante destacado pela pasta é o início da queda na taxa de juros, esperado para o começo do segundo semestre.

"O início da flexibilização monetária e as reformas fiscal e tributária, somadas ainda às medidas para desburocratizar e agilizar emissões no mercado de capitais tendem a reduzir incertezas, propiciando o retorno do investimento", apontou a nota.

Apesar disso, concluiu a Fazenda, "a desaceleração esperada para a economia global e as condições monetárias que devem seguir restritivas, no entanto, ainda preponderam no cenário de atividade esperado para 2023".

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