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Dólar sobe a R$ 4,94 após Powell pôr em dúvida manutenção de juros nos EUA

Presidente do Fed diz ainda não estar confiante sobre política monetária americana

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São Paulo

O dólar subiu 0,68% e terminou o dia cotado a R$ 4,940 após um discurso do presidente do Fed (banco central americano), Jerome Powell, sobre a política monetária americana. O dirigente afirmou que as autoridades ainda "não estão confiantes" de que a taxas dos EUA estão altas o suficiente para combater a inflação, o que aumentou temores de um possível aumento dos juros americanos neste ano.

"O Fed está comprometido em alcançar uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para reduzir a inflação para 2% ao longo do tempo, e não estamos confiantes de que alcançamos essa postura", disse Powell.

A sinalização não só valorizou a divisa americana como também afetou negativamente as Bolsas globais. O Ibovespa caiu 0,11% nesta quinta, aos 119.034 pontos, e os principais índices americanos terminaram a sessão em queda significativa.

Painel eletrônico na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo - Nelson Almeida - 17.jun.202/AFP

Mais cedo, o dólar operava sem direção definida ante o real, a Bolsa brasileira abriu em alta e os juros futuros locais permaneciam estáveis. Após as falas de Powell, o mercado virou.

"A perspectiva de juros mais altos nos EUA se refletiu na valorização do dólar, o que é natural, pois diminui o diferencial entre juros interno e externo, favorecendo o fluxo para o ativo mais seguro", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Nos EUA, os rendimentos dos títulos americanos de dez anos, que vinham dando alívio nos últimos dias, tiveram forte alta: foram de 4,48% para 4,63%.

Com a subida da renda fixa americana, os ativos de maior risco do país foram penalizados. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq caíram 0,81%, 0,65% e 0,94%, respectivamente.

"Ainda existe uma posição bastante cautelosa para a política monetária americana. O presidente do Fed ressalta que a inflação não está garantida, a meta não foi cumprida, apesar da tendência de queda. A postura é razoável e factível e sinaliza que a decisão [sobre juros] será tomada a cada reunião, com base em dados, como de fato uma autoridade monetária deve sinalizar", diz o economista José Cláudio Securato.

O movimento dos títulos americanos também afetou as curvas de juros futuros do Brasil. Os contratos com vencimento em janeiro de 2026 saíram de 10,58% para 10,66%, enquanto os para 2028 foram de 10,91% para 11,00%

Nesse cenário, o Ibovespa fechou em queda liderada pela minerva, que recuou quase 14% após a divulgação de seu balanço do terceiro trimestre. A empresa reportou queda de 11,5% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

O Grupo Casas Bahia e a Magazine Luiza também foram destaques negativos, com quedas de 12,28% e 3,93%, respectivamente. Além da alta dos juros futuros, um movimento de realização de lucros também pesou sobre as empresas.

"Foram papéis que subiram bastante nos últimos dois dias, então muitos que já tinham comprado essas ações no preço mais barato, acabam realizando [lucros] porque subiram bastante, principalmente Magazine Luiza. O segmento como um todo vem apresentando margens muito baixas e não são ações para ter em carteira, e sim mais para fazer esse movimento especulativo", afirma Dierson Richetti, sócio da GT Capital.

As ações do Banco do Brasil, que recuaram 4,18% e ficaram entre as mais negociadas da sessão, também pressionaram o Ibovespa, após o banco ter divulgado seu balanço corporativo do terceiro trimestre, que veio pior que o esperado.

Apesar da leve queda, o dia foi positivo para boa parte das empresas do Ibovespa. Os papéis do Banco do Brasil foram os únicos entre os mais negociados a fechar no negativo, e as ações da Petrobras, uma das maiores empresas da Bolsa, subiram mais de 2% acompanhando o desempenho do petróleo no exterior. A Vale, líder do índice, também subiu.

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