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Haddad e os super-ricos, o preço de um 'Uber voador' e o que importa no mercado

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Victor Sena
São Paulo

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Haddad e o super-ricos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a proposta do Brasil de taxar bilionários, levada ao G20, ganhou força entre os países —entre eles, a França.

↳ O Brasil é sede de diversos encontros do grupo neste ano. Em novembro, os chefes de estado se encontrarão no Rio de Janeiro.

O que a proposta prevê: um imposto de 2% sobre o patrimônio de quem tem mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,15 bilhões).

O relatório foi elaborado a pedido do governo brasileiro pelo economista francês Gabriel Zucman. Nas contas dele, o plano renderia US$ 250 bilhões (R$ 1,28 trilhão) aos países.

Em entrevista à Folha, o economista defende que a tragédia recente das chuvas no Rio Grande do Sul reforça a necessidade de taxação dos bilionários.

Mais bilionários do que nunca. O ranking anual da revista Forbes registra 2.781 no mundo, com fortuna somada de US$ 14,2 trilhões (R$ 73,05 trilhões). No Brasil, são 69 bilionários.

↳ São 41 pessoas a mais do que em 2023 e 26 a mais do que em 2021, ano do último recorde.

O empresário Bernard Arnault se consagrou como o mais rico do mundo pelo segundo ano consecutivo. Dono de grifes como Louis Vuitton, Christian Dior e Tiffany & Co, o francês de 74 anos tem um patrimônio estimado em US$ 233 bilhões.

Elon Musk e Jeff Bezos vêm em segundo e terceiro lugar.

O que pensam? Um grupo de mais de 250 milionários e bilionários produziram uma carta no começo do ano pedindo mais impostos sobre suas fortunas. Entenda por que aqui.

↳ Na lista, estão figuras como Abigail Disney, herdeira do império Disney; Ise Bosch, neta do industrial alemão Robert Bosch; e o ator da série Succession, Brian Cox.

↳ O único brasileiro signatário é João Paulo Pacífico, fundador do grupo de investimentos Gaia.

Reportagem do Financial Times mostra que, com mais jovens na lista de bilionários ano após ano, a atenção a desigualdades tem crescido no grupo.

EUA são contra. Nesta semana, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que o país não é a favor de criar um imposto global sobre a fortuna de bilionários. O assunto é sensível para o presidente Joe Biden, que tenta a reeleição.

Para aprofundar na discussão: Taxação de bilionários não é mais de direita ou esquerda, diz Nobel de Economia.


Menos imposto, mas sem álcool

A cerveja sem álcool vai escapar da cobrança de um imposto "extra" previsto pela reforma tributária sobre o álcool e outros produtos nocivos.

↳ Com isso, a bebida terá uma carga de impostos menor que a da cerveja normal e de refrigerantes. Veja os detalhes.

Entenda: hoje, tanto a cerveja com álcool quanto a sem álcool pagam um mesmo IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), de 3,9%.

↳ Esse é um dos cinco impostos que vão acabar com a reforma tributária. A cobrança federal será substituída pelo imposto seletivo, que "pune" o álcool e a adição de açúcar, deixando de fora a cerveja zero.

  • Também escaparam da tributação seletiva: néctar de fruta, bebidas à base de soja, leite e cacau e elaboradas a partir de vegetais.

Mais álcool, mais impostos. Vinhos, espumantes e demais bebidas alcoólicas têm um IPI maior que o da cerveja, que acompanha a gradação de álcool. No novo sistema, a ideia é manter essa lógica no imposto seletivo.

A bebida vai ficar mais cara? Não. A promessa do governo é manter a carga de tributos, fazendo apenas uma migração de impostos.

Produtos punidos. Veículos mais poluentes, embarcações a motor e aeronaves, fumo, petróleo, gás natural e minério de ferro também deverão sofrer a tributação extra.

  • A ideia é desestimular o consumo dos produtos, que geram custo social e para a saúde pública. Veja lista.

Em tramitação. A regulamentação da reforma tributária, aprovada em 2023, está em tramitação no Congresso desde abril, quando o governo enviou seu projeto. Veja aqui os detalhes em 10 pontos.

A reforma acaba com os cinco impostos atuais que incidem sobre bens e serviços: ISS (municipal), ICMS (estadual), IPI, PIS e Cofins (federais).

No lugar, são criados dois: CBS (federal) e o IBS (estados e municípios) —além do imposto seletivo para casos especiais como o álcool.

Tem mais. Os impostos hoje são cobrados na origem do produto ou serviço, e cidades e estados têm suas regras próprias de ISS e ICMS.

O resultado? Um sistema complexo e que permite disputa entre as regiões do país com base em isenção fiscal.

No futuro. Os dois novos tributos serão cobrados no local de consumo, e não mais onde são produzidos, e terão uma alíquota única para qualquer lugar ou produto, fora as exceções (veja abaixo).

↳ A reforma também acaba com a cobrança de impostos sobre impostos, dando mais transparência ao valor total pago ao longo de uma cadeia de produção e para o consumidor final.

A ideia original da reforma era cobrar um mesmo IBS e CBS para o máximo de bens e serviços possível. Isso garantiria um imposto mais baixo e uniforme.

Sim, mas… No novo sistema, uma série de exceções foram criadas, como:

  • alíquota mais baixa para profissionais liberais como advogados;
  • alíquota mais baixa para o setor de educação.

Com as exceções já aprovadas, o governo calcula que os dois novos impostos vão ter alíquota de 26,5% (17,7% para estados e municípios; 8,8% para o governo federal).

↳ Uma preocupação entre economistas é que a tramitação atual no Congresso, com previsão de votação em plenário em 60 dias, crie novas exceções e aumente esse valor.


O preço de um "Uber voador"

As primeiras passagens aéreas num "carro voador", formalmente conhecido como eVtol, devem custar ao menos US$ 100 (R$ 513).

A estimativa é da Gol, que tem 250 encomendas de aeronaves à britânica Vertical Aerospace.

↳ A Azul também aposta no novo mercado e vê um nicho, com altos preços no começo. A companhia tem encomendas dos carros voadores da alemã Lilium.

O que são os eVtols? Mais leves, silenciosos e baratos que helicópteros, os veículos são apontados como o futuro da mobilidade urbana e estão sendo projetados por diversas indústrias do setor aéreo. Aqui você pode ver alguns modelos.

Mas… Ainda não há regulamentação. No Brasil, a agência de aviação Anac está com uma consulta pública aberta para receber sugestões.

O setor se reuniu em São Paulo nesta semana para discutir os rumos dos carros voadores. Modelos de diversos fabricantes foram expostos no Expo Center Norte, na zona norte da capital.

Modelo Gênesis-X1, da Vertical Connect, na Expo eVTOL - Zanone Fraissat - 22.mai.24/Folhapress -

O maior desafio… É o custo da operação, segundo a Gol. Para manter uma passagem na faixa de US$ 100, mesmo num trecho curto, o serviço deverá ser altamente produtivo, funcionando 12 horas por dia. Faltam também lugares para pousar e decolar.

↳ A oferta de energia pode ser mais um gargalo. O consumo de uma base de decolagens é estimado pela companhia aérea como de 1MW/hora (suficiente para abastecer o consumo médio de 1.000 casas).

Made in Brazil. A brasileira Embraer é uma das empresas que saiu na frente neste mercado, lançando a marca Eve. Há algumas semanas, ela divulgou imagens que mostram o protótipo do seu carro voador em escala real.

↳ A Embraer tem encomendas prévias de 3.000 unidades de eVtols, previstos para serem lançados em 2026.

Quem é o público alvo? Pessoas de alta renda que já usam helicópteros e pessoas que precisam se conectar a aeroportos. A consultoria Deloitte prevê que as primeiras operações comerciais para esse grupo devem começar em 2025.

  • Executivos e turistas só deverão começar a usar os serviços, aos poucos, em 2028.

O setor estima que Rio de Janeiro e São Paulo vão representar um mercado de eVtols com potencial de US$ 7,3 bilhões (R$ 37,6 bilhões) de receita até 2040.

Quer saber mais? Conheça o setor de eVtols aqui.


Para assistir

  • "Artificial Gamer" — no Youtube e Apple TV

Antes do ChatGPT estourar em 2023, a inteligência artificial da OpenAI já tinha batido alguns marcos.

O documentário "Artificial Gamer" mostra como a empresa treinou seu modelo OpenAI Five para vencer uma equipe de campeões do jogo Dota 2 em 2019.

O filme mostra o início do desenvolvimento da IA na empresa, antes do aporte da Microsoft de US$ 1 bilhão no mesmo ano, considerado fundamental para a criação do ChatGPT.

Hoje, a OpenAI lidera a corrida da inteligência artificial generativa.

↳ Mais sobre os últimos lançamentos em inteligência artificial aqui e aqui.

REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo ORG XMIT: FW1

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