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Descrição de chapéu Folhainvest Governo Lula

Dólar volta a subir e Bolsa cai com repercussões do apagão cibernético global

Pane tecnológica reverteu perdas do dólar e ofuscou anúncio de cortes de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024

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São Paulo

O dólar revertia as perdas do começo do dia e operava em alta nesta sexta-feira (19), com o apagão cibernético minando a reação positiva do mercado ao anúncio de contenção de gastos do governo Lula.

Às 15h48, a moeda norte-americana subia 0,21%, cotada a R$ 5,599 na venda. A divisa teve forte queda pela manhã e chegou a valer R$ 5,522 na mínima do dia, mas a pane tecnológica global freou a valorização do real ao impor aversão ao risco no sentimento dos investidores.

Na Bolsa brasileira, o movimento era semelhante: após começar a sexta-feira no positivo, o Ibovespa perdia 0,16%, aos 127.449 pontos.

Na véspera, dólar fechou em alta firme de 1,90%, cotado a R$ 5,588, e a Bolsa caiu 1,39%, aos 127.652 pontos, com temores sobre fiscal - Reuters

As trocas de sinais do Ibovespa e do dólar refletem os efeitos do apagão cibernético que atingiu sistemas ao redor do mundo no início da manhã desta sexta. A pane generalizada afetou bancos, companhias aéreas, emissoras de TV, supermercados, entre outros serviços.

O problema foi causado por uma atualização defeituosa de um produto oferecido pela CrowdStrike, empresa global de segurança cibernética, e afetou clientes que usam o sistema operacional Windows, da Microsoft.

"O apagão cibernético afastou o tom positivo que tínhamos pela manhã, instalado pelo congelamento de R$ 15 bilhões em despesas do governo", avalia Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

"O mercado acaba aguardando dados mais claros para poder tomar novos rumos. A falha no sistema da Microsoft traz uma certa preocupação por não sabermos ainda o impacto que ela pode causar na economia, justamente por ter afetado hospitais, sistemas bancários, linhas aéreas..."

A situação foi corrigida, segundo a Microsoft, mas o impacto residual dos problemas de segurança cibernética continua em alguns aplicativos e serviços do Office 365.

Em resposta, as ações da CrowdStrike despencavam 12% nas Bolsas de NY.

Ainda que o apagão não tenha afetado os serviços ou a plataforma da Bolsa brasileira, de acordo com a B3, operadores de todo mundo tiveram dificuldades para acessar sistemas de negociação. Bancos globais, corretoras e empresas de tecnologia financeira, incluindo JPMorgan Chase, UBS e Bloomberg, apresentaram instabilidade.

"As Bolsas lá fora, de forma geral, estão caindo, e o Brasil está seguindo a tendência, mas de forma mais limitada por causa do anúncio de contenção de R$ 15 bilhões do governo federal", diz Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos.

No início da noite de ontem, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) anunciou bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões no Orçamento deste ano, após reunião entre ministros que integram a JEO (Junta de Execução Orçamentária) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os novos cortes virão no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro bimestre, que será publicado na próxima segunda-feira (22) e que trará detalhes de como o Executivo pretende cumprir a meta de déficit zero neste ano.

O governo já havia anunciado um corte de R$ 25,9 bilhões para 2025 e deixou aberta a possibilidade de antecipar mais bloqueios para 2024. A nova contenção vem na esteira de dias de turbulência nos mercados, com agentes econômicos cautelosos quanto ao compromisso fiscal do governo.

Segundo o ministro, o anúncio foi para "evitar especulação".

"O que mais tem trazido uma insegurança em relação à gestão de contas públicas tem sido a meta do déficit fiscal", destacou a sócia da Blue3 Investimentos, Bruna Centeno.

Análise gráfica do BB destacou que a antecipação do anúncio do valor total do bloqueio e contingenciamento do Orçamento para 2024 foi vista como positiva pelos agentes de mercado. "Porém, os investidores ainda aguardam o detalhamento das medidas para cortes de despesas do Orçamento de 2025", acrescentou.

O mercado ainda acompanhava o desenrolar da campanha presidencial nos Estados Unidos, após discurso do presidenciável republicano Donald Trump e relatos de uma possível desistência do presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, da disputa.

Biden, afastado das atividades após um diagnóstico de Covid-19, voltará à ativa na próxima semana, de acordo com o seu chefe de campanha, Jen O'Malley Dillon.

Já na cena corporativa, as ações da Sabesp tinham alta de 2,06% e eram as mais negociadas no pregão da B3, na estreia da emissão de papéis dentro do processo de privatização da companhia de saneamento.

Embraer subia 1,63%, em nova sessão de alta. A companhia informou ontem à noite que despachou 46 aviões dos segmentos comercial e executivo a clientes no segundo trimestre, um a menos que no mesmo período do ano passado. A carteira de pedidos, porém, encerrou junho em US$ 21,1 bilhões, 22% acima do registrado no final do primeiro semestre de 2023.

Vale perdia 0,18%, puxada pela queda do minério de ferro no exterior, e Petrobras operava mista, com os papéis ordinários subindo 0,46% e os preferenciais em estabilidade.

Na véspera, com temores sobre o fiscal, o dólar fechou em alta firme de 1,90%, cotado a R$ 5,588, e a Bolsa caiu 1,39%, aos 127.652 pontos, com quase todas as empresas da carteira teórica do Ibovespa no negativo.

Com Reuters

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