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Lula pede acordo abrangente com a China e harmonia dos Bancos Centrais no Mercosul

Reunião em Assunção é marcada por sinalização argentina de apoiar acordos por fora do bloco, como o faz o Uruguai

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Assunção

Em uma cúpula de chefes de Estado do Mercosul na qual ficou evidente a fadiga e a iniciativa de mais membros de apoiarem acordos de livre-comércio por fora do bloco, o presidente Lula (PT) enfatizou a necessidade de um acordo com a China e de maior relação entre os Bancos Centrais do grupo.

Os presidentes de países-membros do Mercosul que compareceram à cúpula na capital Assunção; da esq. para a dir., Luis Arce (Bolívia), Lula (Brasil), Santiago Peña (Paraguai) e Luis Lacalle Pou (Uruguai) - Reuters

Falando nesta segunda-feira (8) em Assunção, capital do Paraguai, o presidente afirmou que é necessário aprimorar o atual sistema de pagamentos em moeda local previsto no Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e agora também a Bolívia.

"Uma maior harmonização nos procedimentos adotados pelos nossos Bancos Centrais para esse tipo de operação reduzirá custos e beneficiará sobretudo pequenas e médias empresas do nosso continente", disse o presidente a seus pares no porto de Assunção.

O assunto chama a atenção pelo "timing" doméstico que envolve o BC após o petista fazer reiteradas críticas públicas ao chefe da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, nomeado por Jair Bolsonaro.

O petista também afirmou que é o momento de aprofundar os diálogos para um acordo abrangente com a China no bloco e mencionou ainda o acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE), que segue travado apesar dos avanços consideráveis no último ano.

"Só não concluímos o acordo com a União Europeia porque os europeus ainda não conseguiram resolver suas próprias contradições internas", disse o presidente. Um dia antes dele, os paraguaios, que presidiam rotativamente o Mercosul, disseram que não se renderiam ao que chamaram de protecionismo dos países desenvolvidos.

Ainda na agenda econômica transpareceu nesta cúpula que a Argentina de Javier Milei começa a apontar rumo à defesa de acordos bilaterais de livre-comércio por fora do bloco, como já o faz o Uruguai.

A chanceler Diana Mondino, que chefiava a delegação argentina na ausência de Milei, brevemente manifestou o tema. Ela tem proposto uma atualização do Mercosul, que descreve com o uso da palavra em italiano "aggiornamento".

Isso envolveria, segundo a diplomacia argentina, "novas modalidades de negociação, mais flexíveis, com terceiros países ou grupos de países da região e do resto do mundo".

Lula ironizou o tema em seu discurso. "Um pseudo 'aggiornamento' que afasta o Mercosul de suas bases sociais nos enfraquece", disse o presidente brasileiro, que antes já havia criticado, sem nomear seu vizinho, medidas pleiteadas pela Argentina.

Há cerca de três meses, quando recebeu a Folha na sede da chancelaria em Buenos Aires, Mondino, que é economista, manifestou outro ponto de vista sobre acordos por fora do bloco.

Na ocasião, ela disse: "Nós preferiríamos, pelo menos por ora, que pudéssemos fazê-los [os acordos] de forma conjunta, porque a capacidade de negociação que se tem indo como quatro países é totalmente diferente do que se fazendo sozinho."

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