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Vale do Silício se divide entre Donald Trump e Kamala Harris; veja quem está de cada lado

Campanha democrata recebeu doações de viúva de Steve Jobs e de Sam Altman; republicanos têm endosso de Elon Musk e de megainvestidor Peter Thiel

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Lila MacLellan
San Francisco | The New York Times

O Vale do Silício, conhecido há muito tempo por seus líderes empresariais progressistas, está parecendo um pouco menos liberal este ano. Contudo, os relatos de que o polo californiano da inovação estaria se tornando um reduto republicano foram exagerados.

Nos últimos três dias, desde que o presidente Joe Biden fez o anúncio histórico de que não concorreria a um segundo mandato apenas semanas antes da Convenção Nacional Democrata, uma série de líderes de tecnologia fizeram endossos públicos à vice-presidente Kamala Harris, a provável candidata democrata. Muitos dos doadores do Vale do Silício ganharam ânimo com a mais recente reviravolta na campanha.

À esquerda, o presidenciável republicano Donald Trump. À direita, a candidata democrata Kamala Harris. Ambas as fotos são recortes do rosto - AFP

Aqui está uma lista em quais campos políticos estão os figurões da tecnologia, quando se trata da eleição presidencial, a partir de declarações públicas de endosso às campanhas.

Kamala Harris Donald Trump
Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn e da Inflection AI Elon Musk, fundador da Tesla
Reed Hastings, cofundador da Netflix David Sacks, cofundador da Craft Ventures
Sheryl Sandberg, ex-diretora de operações da Meta Chamath Palihapitiya, fundador da Social Capital
Ron Conway, fundador da SV Angel Marc Andreessen, cofundador da Andreessen Horowitz
Aaron Levie, presidente-executivo da Box Doug Leone, sócio da Sequoia Capital
Vinod Khosla, fundador do fundo de risco da Khosla Ventures Shaun Maguire, sócio da Sequoia Capital
Joe Lonsdale, cofundador da Palantir
Tyler Winklevoss, cofundador da Winklevoss Capital Management
Cameron Winklevoss, cofundador da Winklevoss Capital Management

Harris já conquistou endossos públicos de pesos-pesados como Reid Hoffman, investidor e cofundador do LinkedIn, e Reed Hastings, dono de resorts de esqui e cofundador da Netflix, que supostamente doou US$ 7 milhões (R$ 39 milhões) para a campanha de Harris. A ex-COO do Meta, Sheryl Sandberg, foi ao Instagram dizer que estava "entusiasmada" em apoiar Harris.

"Vice-presidente @kamalaharris já fez história uma vez, ao se tornar a primeira mulher negra e sul-asiática a ocupar seu cargo, e ela fará isso novamente em novembro", escreveu Sandberg. "Ela é uma líder realizada, uma defensora ferrenha dos direitos ao aborto e a candidata mais forte para liderar nosso país adiante."

Vários outros líderes de tecnologia fizeram doações de seis dígitos para o comitê de ação política super PAC Biden Victory Fund nesta temporada de campanha, que foi renomeado para Harris Victory Fund. Dados da comissão eleitoral americana (FEC) mostram que o super PAC recebeu dinheiro de Laurene Powell Jobs, empreendedora, filantropa e viúva do cofundador da Apple Steve Jobs; Sam Altman, CEO da OpenAI; e David Ellison, fundador e CEO da Skydance, que está pronto para liderar a Paramount após a fusão das duas empresas. (Seu pai, Larry Ellison, fundador da Oracle, tem sido um apoiador leal do partido republicano.)

Se esses doadores expressarão seu apoio a Harris ainda está por ser visto, já que a história da democrata com o Vale do Silício é complicada. Embora tenha amizades com figuras da tecnologia, incluindo Jobs, e tenha tranquilizado os doadores de que é uma "capitalista", ela também foi dura com gigantes da tecnologia como Facebook e PayPal quando era procuradora-geral da Califórnia.

As mensagens de apoio a Harris esta semana da elite do Vale do Silício contrastam com a narrativa recente sobre a tecnologia se movendo para a direita. Figuras influentes como os investidores Marc Andreessen e Ben Horowitz manifestaram apoio ao candidato republicano Donald Trump na semana passada.

O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e proprietário do site de mídia social X (anteriormente Twitter), endossou Trump em um comunicado público após a tentativa de assassinato de meados de julho que quase tirou a vida de Trump. Musk negou relatos da mídia de que também teria se comprometido a doar US$ 45 milhões (R$ 254 milhões) por mês para a campanha de Trump, mas compartilhou em uma entrevista no X que criou um super PAC para reunir doações para o candidato republicano.

O candidato a vice-presidente republicano J.D. Vance, senador de Ohio, também mantém laços com o bilionário dos investimentos de risco Peter Thiel, (que fez grandes aportes em Facebook e Nubank), e o ex-presidente-executivo do Google Eric Schmidt, que estavam entre a realeza da tecnologia que apoiaram Vance em sua candidatura ao senado.

No mês passado, o bilionário capitalista de risco Chamath Palihapitiya e David Sacks, um capitalista de risco e membro da chamada "Máfia do PayPal", organizaram um evento beneficente em São Francisco para Trump.

Vários outros líderes de tecnologia provavelmente permanecerão em silêncio sobre seus candidatos preferidos. Embora Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Meta, tenha dito em uma entrevista que ficou impressionado ao ver Trump se levantar e bombear o punho no ar após a recente tentativa contra sua vida —Zuckerberg chamou Trump de "durão"— ele não endossou oficialmente nenhum dos candidatos.

Isso é prática padrão para chefes-executivos influentes, e aqueles que lideram Amazon, Apple, Nvidia, Google e outros estão seguindo a tradição.

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