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Medida do governo para apoiar indústria naval prevê R$ 1,6 bilhão em renúncia fiscal

MP anunciada nesta segunda garante a navios petroleiros a possibilidade de depreciação acelerada de ativos

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Rio de Janeiro

A MP (medida provisória) de apoio à indústria naval anunciada nesta segunda-feira (27) pelo governo prevê renúncia fiscal de até R$ 1,6 bilhão para incentivar a construção de navios petroleiros no país.

A retomada das encomendas em estaleiros nacionais é promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fomentou esse setor em seus primeiros mandatos nos anos 2000.

Embarcação em obras no estaleiro Rio Maguari, em Belém. - 20.set.2023 - Folhapress

Instada a contribuir com esse processo, a Petrobras já abriu concorrência para a construção de quatro navios e prevê novo edital até dezembro. Ao todo, a empresa pretende contratar 25 embarcações.

A MP garante a navios petroleiros a possibilidade de depreciação acelerada de ativos, medida considerada fundamental pelo setor para garantir a competitividade da indústria naval.

Essa medida permite que a empresa concentre nos primeiros anos de operação o abatimento do valor do ativo no imposto de renda, antecipando um desconto que seria diluído ao longo dos anos.

Em maio, o Congresso Nacional aprovou lei permitindo a depreciação acelerada em máquinas e equipamentos, sob o argumento de necessidade de renovação da indústria brasileira.

A MP 1.255, publicada no Diário Oficial desta terça (27), inclui navios-tanque entre os bens qualificados a solicitar o benefício.

Em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou esperar que essa política provoque "um aumento significativo nos níveis de produção, geração de empregos e arrecadação para a União"

Segundo o MME, a construção dos navios deve gerar R$ 2,4 bilhões em arrecadação direta e R$ 824 milhões em impostos indiretos. A expectativa é que 15 navios sejam contemplados.

O benefício será dado a navios contratados até dezembro de 2026 e a renúncia fiscal terá vigência entre 2017 e 2031, quando as embarcações já estiverem operando.

O Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), afirmou que iniciativa "é crucial para reduzir a assimetria competitiva dos estaleiros brasileiros em relação aos seus principais concorrentes internacionais".

A entidade diz que o setor recebe subsídios governamentais em diversos países, alguns deles com o mecanismo de depreciação acelerada, como Alemanha, Espanha, Holanda, Inglaterra e Japão.

No Brasil, diz o Sinaval, mecanismo semelhante já existe para investimentos em pesquisa e desenvolvimento desde 2005.

"A ampliação desse benefício ao setor naval é um passo importante para revitalizar a indústria, promover a geração de empregos e impulsionar o desenvolvimento econômico do país", conclui.

Em seu primeiro edital para a compra de navios no terceiro mandato de Lula, a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados, criou um mecanismo para calcular o impacto da depreciação acelerada no preço final das propostas.

A ideia, segunda a empresa, é equalizar propostas estrangeiras com nacionais abatendo do custo final do navio o benefício do incentivo e das menores taxas de juros do FMM (Fundo de Marinha Mercante).

O prazo para entrega de propostas vence no início de outubro, mas a companhia admite prorrogá-lo em caso de demandas dos interessados.

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