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Petz surfa no otimismo com a Bolsa, e ações disparam depois de detalhar fusão com Cobasi

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Victor Sena
São Paulo

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O mercado pet embarca no hype da Bolsa

A Bolsa brasileira segue batendo recordes. Já são três dias seguidos de alta nesta semana, com o patamar máximo renovado.

Uma das empresas que mais reflete esse otimismo dos investidores é a rede Petz. Em um mês, as ações subiram 47%, atrás apenas do IRB, que subiu 60%. Nesta quarta, elas aumentaram em 7%.

↳ O Ibovespa subiu 0,28%, aos 136.463 pontos.

Entenda: a valorização mostra o otimismo com o mercado pet e com os detalhes divulgados da fusão da companhia com a concorrente Cobasi. As empresas são as maiores do segmento no Brasil.

O setor terá um faturamento de R$ 77 bilhões em 2024, de acordo com a associação Abinpet e o Instituto Pet Brasil, alta anual de 12%.

↳ Os gastos mensais com cães de pequeno porte são de R$ 274 em média, por exemplo, segundo o Instituto Pet Brasil. Os de porte médio, como os tradicionais vira-latas, custam, R$ 327.

↳ O Brasil abrigava 168 milhões de animais de estimação em 2022, últimos dados da Abinpet.

Veja:

  • 68 milhões de cachorros
  • 42 milhões de aves
  • 34 milhões de gatos
  • 22 milhões de peixes
  • 2 milhões de outras espécies, como coelhos e roedores


Gigante. Com a fusão das operações, Petz e Cobasi terão 483 lojas no país, com uma receita anual estimada em R$ 6,9 bilhões.

As redes hoje são parecidas. Vendem produtos para animais de estimação, jardinagem e têm atendimento veterinário. A ideia é ganhar eficiência e escala.

A união vai precisar de aprovação de órgãos de defesa da concorrência, algo previsto para ocorrer em 2025

Apetite forte. Analistas de investimentos fizeram as contas e apontaram que a fusão por si só impõe uma valorização das ações, mesmo antes das sinergias serem realizadas. Isso explica as fortes altas.

↳ A negociação já confirmou um pagamento de dividendos de R$ 400 milhões aos investidores da Petz, que terão 52,6% da companhia.

Vale uma ponderação: o preço de face das ações, aquele em que elas são negociadas na Bolsa, é baixo, de R$ 5,15. Isso facilita movimentos fortes.

↳ O banco Goldman Sachs afirma que as finanças ainda podem melhorar com a venda cruzada de produtos, otimização na expansão de lojas e rotas de entrega mais eficientes.


A dispara no volume de dinheiro investido nas Bolsas tem um motivo por trás. O cenário internacional ficou mais claro nesta quarta-feira (21).

A ata da última reunião do banco central americano (Fed) foi divulgada, e ela praticamente confirma um corte dos juros em setembro no país. A expectativa por essa sinalização era grande e permite uma espécie de alívio.

Entenda: os juros impactam todas as estratégias financeiras e de investimentos no mundo. Se eles caem por lá, colocar dinheiro em empresas fica mais atraente.

Entre colegas. Com esse pano de fundo, os agentes financeiros agora olham agora para o encontro de autoridades de bancos centrais de todo o mundo em Jackson Hole, no estado de Wyoming, nos Estados Unidos. Ele começa hoje.

↳ O todo-poderoso chefe do Fed, Jerome Powell, discursa amanhã, sexta-feira. Roberto Campos Neto, chefe do Banco Central do Brasil, dará palestra no sábado. Como sempre, as falas podem "fazer preço".

P.S. Além da Petz, as ações da CVC sobem há semanas e liderou os movimentos ontem. De novidade, a empresa de turismo conquistou o interesse da gestora WNT, que aumentou sua fatia de ações. O setor de mineração e siderurgia foi outro destaque.

↳ A valorização da Bolsa brasileira pode ser vista também como uma recuperação, já que ela teve um primeiro semestre bastante negativo. O nível atual é pouco acima do atingido no fim de 2023.


Quando o MEI é a saída?

Seis em cada dez empreendedores do Brasil que decidem abrir um MEI (Microempreendedor Individual) fazem isso logo depois de perder o emprego.

↳ O IBGE aponta que 63% das pessoas que abriram esse tipo de CNPJ em 2022 foram demitidas por decisão do empregador, por pedido próprio ou devido ao fim do contrato.

Em números: dados mais recentes do Ministério da Economia apontam que o Brasil atingiu 15,7 milhões de MEIs em 2024. Em 2019, eram 9,5 milhões.

↳ O número representa 73% das empresas do país.

↳ A atividade mais comum é a de cabeleireiro e tratamentos de beleza.

Entenda: analista do IBGE ouvido pela Folha aponta que a abertura de empresas após a demissão é reflexo do "empreendedorismo por necessidade".

A colunista do jornal Ana Fontes explica que a falta de renda leva principalmente mulheres a criar algum negócio próprio. Em geral, elas se mantêm na informalidade, sem um MEI.

Qual o diferencial? A abertura do CNPJ e o pagamento mensal do tributo de cerca de R$ 70 garantem aposentadoria no valor de um salário mínimo, auxílio-saúde e licença-maternidade.

↳ Para isso, o trabalhador precisa se enquadrar ao teto de faturamento anual de R$ 81 mil, entre outros requisitos.

Pejotização. Em junho de 2024, 22% dos MEIs tinham entre 18 e 30 anos. O crescimento entre a população mais jovem indica o crescimento de vínculos de trabalho fora da CLT, não necessariamente a abertura de um negócio.

O fenômeno é conhecido como "pejotização" do mercado de trabalho, com a contratação de prestadores de serviço no lugar de profissionais com carteira assinada.

↳ Doutora em economia pela FGV, a economista e pesquisadora Bruna Alvarez estima que metade dos MEIs trabalham como funcionários.

↳ O Sebrae, porém, estima um percentual bem menor, de 5,5%. Também pondera que a pejotização não deve ser vista como efeito do MEI, mas como desvio da sua função.

Vem novidade por aí. A reforma tributária, aprovada em julho, mudou não só os impostos pagos pelas empresas, mas criou uma nova classificação para trabalhadores por conta própria: os nanoempreendedores.

↳ São revendedores de produtos de catálogo, motoristas de aplicativo, entregadores e outros profissionais que têm faturamento até R$ 40.500 por ano.

A mudança entrará em vigor em 2027, mas afeta pouco os profissionais, que seguirão na informalidade, sem precisar de um CNPJ.

A diferença é que vai evitar problemas na declaração de renda de empresas como Avon, iFood e Uber.

Entenda: sem a nova categoria, a reforma tributária exigiria que os profissionais se formalizassem para as empresas abaterem o lucro deles das suas finanças.

Apenas quem receber a partir de R$ 40.500 por ano será obrigado a entrar no regime do MEI.


Startup da semana: Agroforestry Carbon

O quadro traz o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente

A startup: cria projetos de agrofloresta para pequenos agricultores. O objetivo da climatech é unir o reflorestamento à produção agropecuária na mesma área.

↳ Em 2022, primeiro ano de atuação, foram 280 famílias atendidas, 327 mil árvores plantadas e 30 mil toneladas de dióxido de carbono compensadas.

Em números: R$ 1,1 milhão captado na Arara Seed, plataforma de crowdfunding, para expansão dos negócios via marketing.

  • A plataforma é focada em financiamento coletivo para startups do agronegócio e clima.

Que problema resolve: ajuda a recuperar áreas desmatadas, resgatando nascentes e protegendo a área contra impactos das mudanças climáticas.

Por que é destaque: as agroflorestas são uma opção para agricultores reduzirem os impactos ambientais da atividade.

São mais sustentáveis que a monocultura, modelo mais difundido, e permitem neutralizar as emissões de carbono ao mesclar árvores com a produção agropecuária.

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