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'Se tiver ajuste na Selic, ciclo será gradual', diz Campos Neto

Presidente do BC disse que autarquia poderá voltar a fazer leilões de dólares se considerar necessário

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São Paulo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (30) que, se e quando houver ajuste no ciclo de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária), esse movimento será gradual.

Durante o evento Expert XP 2024, Campos Neto também afirmou considerar que a resposta do mercado às taxas de juros futuros nos contratos que vencem no curto prazo não correspondem à mensagem transmitida na ata da última reunião do colegiado.

Enquanto isso, crescem no mercado as apostas de uma alta da taxa básica de juros, atualmente em 10,5% ao ano, já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em coletiva de imprensa no BC - Gabriela Biló - 21.dez.2023/Folhapress

Na última reunião, ao justificar a manutenção da taxa básica Selic, o colegiado elevou o tom e disse que não hesitaria em aumentar os juros se achar que é necessário.

"O prêmio de risco na parte curta da curva de juros não é compatível com a mensagem que foi feita na ata", disse o presidente do BC. "Se, e quando houver um ciclo de ajuste de juros, esse ciclo será gradual."

Sobre o leilão de dólar à vista realizado nesta sexta, o presidente do BC disse que a autoridade monetária poderá voltar a atuar nesse sentido se considerar necessário.

A medida foi a segunda intervenção que a autarquia fez no câmbio durante o terceiro mandado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira no mercado à vista.

A mais recente operação nesses termos ocorreu em dezembro de 2021, no valor total de US$ 500 milhões. Já a última venda de dólar à vista aconteceu em abril de 2022, com valor de US$ 571 milhões.

Segundo Campos Neto, o BC tem reservas suficientes para fazer intervenções quando perceber uma desfuncionalidade no mercado de câmbio, e citou um fluxo atípico atualmente que justificou o leilão nesta sexta.

"Nós entendemos, co mo foi anunciado ontem, que o Banco Central precisava fazer essa intervenção para balancear o fluxo. E a gente está mapeando. Se for preciso mais intervenções, assim faremos", disse.

Campos Neto voltou a dizer que a autarquia fará o que for preciso para levar a inflação para a meta, destacando mais uma vez que as expectativas dos agentes financeiros para os preços no país estão desancoradas, ou seja, mais longe da meta estabelecida, de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

O presidente do BC comentou ainda os dados de desemprego divulgados nesta sexta. Em mais um sinal de aquecimento do mercado de trabalho, a taxa de desemprego do Brasil recuou a 6,8% no trimestre encerrado em julho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo Campos Neto, a taxa atual é historicamente baixa para o Brasil e o Banco Central está de olho nos efeitos desse mercado de trabalho aquecido sobre o consumo e, consequentemente, para a inflação de serviços.

O patamar atual da taxa de desemprego é a menor para esse período na série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.

Campos Neto falou que é necessário ter tempo para observar como os preços vão se comportar no Brasil, e como será a desaceleração econômica esperada para os Estados Unidos e a China.

"A gente está em um momento em que parece que vai haver desaceleração na economia americana e uma desaceleração chinesa mais forte, que pode ter tanto implicações na parte de preços globais, portanto, uma importação de desinflação, como na parte de prêmio de risco, que poderia significar até o contrário", afirmou.

O presidente do BC disse que a autarquia depende desses dados para as próximas decisões de juros. Por isso, segundo ele, a autoridade monetária prefere ter mais flexibilidade e não trazer nenhum guidance nas comunicações, ou seja, indicações de como o Copom procederá nas próximas decisões de juros.

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