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Europa recebeu 1 milhão de imigrantes da África Subsaariana desde 2010

Segundo pesquisa, número de pedidos de asilo em 2017 é o triplo do registrado no primeiro ano da década

Imigrantes africanos de um barco que naufragou no mar Mediterrâneo são resgatados pela Marinha da Líbia e detidos em Zawiyah, a 45 km de Trípoli - Mahmoud Turkia - 10.mar.2018/AFP

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Madri

A migração vinda da África Subsaariana para a Europa cresceu de maneira drástica nesta última década, com a chegada de ao menos um milhão de pessoas desde 2010, segundo um relatório publicado na quarta-feira (22) pelo instituto americano Pew Research Center.

Nesse período, a tendência foi a de incrementar o fluxo ano a ano.

Por exemplo, houve 58 mil novos pedidos de asilo de migrantes da região na Europa durante 2010 e, um ano depois, a cifra já estava em 84 mil. Foram 168 mil novos pedidos em 2017.

Esses números consolidam um fenômeno já percebido pelos diferentes países europeus, onde a migração se tornou um dos principais temas eleitorais nos últimos pleitos.

A chegada de migrantes e o rechaço de parte da população a eles foi fundamental à campanha da ultranacionalista francesa Marine Le Pen em 2017, por exemplo, levando seu partido ao segundo turno.

O desgosto quanto à entrada de massas vindas da África e também do Oriente Médio na Itália, por sua vez, ajuda a explicar o sucesso eleitoral do partido ultranacionalista Liga, que teve 17% dos votos em 4 de março e pode liderar o próximo governo do país.

O fluxo de migrantes não equivale, no entanto, ao número de pessoas que de fato vivem no continente —diversos deles migraram a outros lugares, por exemplo. O Pew estima que 4,15 milhões de migrantes da África Subsaariana residiam na Europa durante 2017.

Esses migrantes deixaram seus países motivados pela pouca confiança que têm em seu futuro.

O PIB (produto interno bruto) da África Subsaariana deve crescer 3,2% neste ano, segundo o Banco Mundial, mas o desemprego ali é estimado em 7,4%, um valor considerado alto. Em algumas dessas nações, conflitos ou instabilidade política também motivam o fluxo de saída.

Apesar de a Síria ainda ser o país com a maior população emigrante no mundo (6,8 milhões de pessoas em 2017), países da região subsaariana dominam o restante lista, como o Sudão do Sul (1,7 milhões) e a República Centro-Africana (720 mil).

REGIÃO

A África Subsaariana é aquela ao sul do deserto do Saara, incluindo países como Tanzânia, Gana, Senegal e Nigéria. Estão excluídos, portanto, os países do norte africano, como Egito e Marrocos.

A cifra de um milhão de pessoas chegando à Europa citada pelo Pew leva em conta os 970 mil novos pedidos de asilo e inclui também estudantes e familiares de refugiados espalhados pelo continente.

A migração da África Subsaariana para os EUA também cresceu desde 2010, com mais de 410 mil pessoas se mudando ao país: 110 mil como refugiados, 190 mil com visto por laços familiares e 110 mil com outros tipos de visto, afirma o Pew.

Mas os perfis dos migrantes da África Subsaariana à Europa e aos EUA são distintos.

Mais da metade das pessoas que foram à Europa vieram da África do Sul, da Somália, do Senegal, de Angola, da República Democrática do Congo e de Camarões.

Já mais da metade dos migrantes que foram aos Estados Unidos vieram de outros lugares: da Nigéria, da Etiópia, de Gana e do Quênia.

A perspectiva é de que o fluxo à Europa e aos EUA se mantenha em alta nos próximos anos.

O mesmo instituto de pesquisa ouviu cidadãos na região sobre seus planos, e mais de um terço das pessoas no Senegal, em Gana e na Nigéria disseram ter a intenção de migrar nos próximos cinco anos, por exemplo.

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