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Ex-espião foi alvo de tentativa de assassinato com agente tóxico, diz polícia

Serguei Skripal e a filha, Yulia, estão internados em estado crítico na Inglaterra

O ex-espião russo Serguei Skripal, durante audiência em Moscou - Yuri Senatorov - 9.ago.2006/Kommersant/Reuters

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Londres | Reuters

O chefe da unidade antiterrorismo da polícia do Reino Unido disse nesta quarta-feira (7) que um agente tóxico capaz de afetar o sistema nervoso foi usado para atingir o ex-espião russo Serguei Skripal, 66, e sua filha Yulia, 33. Os agentes tratam o caso como uma tentativa de homicídio.

Os dois foram encontrados inconscientes deitados em um banco ao lado uma galeria comercial de Salisbury, no sul da Inglaterra, na tarde do último domingo (4). Desde então pai e filha estão internados em estado grave.

Segundo Mark Rowley, as autoridades já identificaram qual foi a substância usada, mas não divulgarão seu nome para evitar interferência nas investigações. “Também posso afirmar que cremos que as duas pessoas que se sentiram mal originalmente foram especificadamente visadas.”

Os dois policiais responsáveis pela ocorrência receberam tratamento por efeitos leves da exposição à substância, como irritação nos olhos e respiração ofegante. Dois restaurantes próximos foram isolados, mas as autoridades locais descartam qualquer risco à saúde pública.

 

Alguns dos agentes nervosos conhecidos são o gás sarin e o VX. Este último é a substância que acredita-se ter sido usada no assassinato de  Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na Malásia.

Ao atacarem o sistema nervoso, eles interrompem ou dificultam funções corporais, levando a convulsões e à morte. Normalmente elas entram no corpo da vítima pelo nariz ou a boca ou absorvidas pelos olhos ou a pele.

Embora a Scotland Yard não tenha sido revelado qual o nome da substância, investigadores afirmaram à rede de televisão BBC e ao jornal The Guardian que, devido à rapidez de reação e à quantidade usada, é uma arma química que não poderiam ser produzidas de forma caseira.

Este fato reforça a suspeita de envolvimento do Kremlin na ação. Ex-agente da divisão militar de inteligência russa, Skripal foi condenado em 2006 a 13 anos de prisão por espionagem após confessar no ano anterior que atuava em favor do serviço secreto britânico desde 1995.

Ele foi libertado em 2010 durante uma troca de prisioneiros da Rússia com os EUA. Na terça (6), o secretário de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, disse que o Reino Unido reagirá com contundência se provado a ligação russa com a morte.

Moscou nega ter informações sobre o ataque. A porta-voz da Chancelaria, Maria Zakharova, declarou ser uma nova campanha da imprensa mundial contra o Kremlin. “Só podemos ver isso como uma provocação”, afirmou.

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