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Líder de Hong Kong chama manifestantes de 'desordeiros'

Condenação por tumulto pode render até dez anos de prisão; policiais ficaram feridos em confrontos

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Hong Kong | Reuters

A chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, disse nesta segunda-feira (15) que os manifestantes que entraram em confronto com a polícia no fim de semana podem ser chamados de "desordeiros". Ela também apoiou a atuação dos membros de forças de segurança nos protestos. 

Lam fez os comentários em um hospital no qual visitou três policiais feridos nos confrontos de domingo (14), na cidade de Sha Tin. Segundo ela, mais de dez agentes foram feridos, e seis, hospitalizados.

A ex-colônia britânica está há cinco semanas mergulhada em sua pior crise na história recente, com grandes manifestações que, em alguns casos, levaram a violentos confrontos entre a polícia e uma minoria mais radical.

Os ativistas querem a retirada total de um projeto de lei de extradição que permitirá, se aprovado, que suspeitos sejam enviados para a China continental para serem julgados. Eles também pedem a renúncia de Lam.

Milhares de pessoas compareceram ao protesto de domingo, que terminou em caos em um shopping de luxo, com dezenas de manifestantes jogando guarda-chuvas, capacetes e garrafas de plástico na polícia, que atirou spray de pimenta e bateu com cassetetes. Ao todo, 28 pessoas ficaram feridas.

"Agradecemos aos policiais por manterem a ordem social de forma leal e profissional, mas eles sofreram ataques de desordeiros —eles podem ser chamados de desordeiros", disse Lam.

Alguns ativistas têm exigido que o governo evite usar o termo "motim" para se referir aos protestos, já que uma condenação por tumultos em Hong Kong pode levar a uma sentença de dez anos de prisão.

O chefe da polícia, Stephen Lo, disse na noite de domingo que mais de 40 pessoas foram presas sob acusações que incluem agressão à polícia e reuniões ilegais.

O chefe de segurança, John Lee, afirmou que o governo está preocupado com a aparente escalada de violência por parte de ativistas que jogaram tijolos e barras de ferro.

"Descobrimos que as pessoas que atacaram a polícia eram muito organizadas. Elas são bem planejadas e há planos para deliberadamente causar danos e interromper a estabilidade social", disse Lee ao visitar o hospital com Lam.

Hong Kong retornou ao domínio chinês em 1997 sob a fórmula conhecida como "um país, dois sistemas", que garante liberdades por 50 anos que não são desfrutadas na China continental, incluindo o direito de protestar e um judiciário independente.

Mas muitos moradores se preocupam com o que veem como uma erosão dessas liberdades e uma marcha implacável em direção ao controle do continente. Pequim nega interferir nos assuntos de Hong Kong.

Sob pressão, Lam suspendeu o projeto em meados de junho e, na semana passada, declarou que a proposta estava "morta", mas opositores querem ver a retirada formal do processo legislativo.

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