Siga a folha

Descrição de chapéu mídia jornalismo

Após protesto, Polônia segura projeto de taxação da mídia

Governo conservador quer cobrar imposto sobre receitas publicitárias, que estrangularia veículos independentes, segundo críticos

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Bruxelas

Após protesto de jornais, emissoras de rádio e TV, sites e distribuidoras de cinema, o governo polonês anunciou que vai mudar o projeto que instituía um imposto sobre receitas publicitárias da mídia.

Na semana passada, os veículos fizeram um “apagão de notícias” e publicaram um manifesto sobre fundo preto acusando o governo conservador de direita do Lei e Justiça (PiS) de tentar estrangular a mídia independente.

Ao lado da Hungria, a Polônia é um dos países com maior número de ressalvas em relação à liberdade de imprensa e ao controle dos meios de comunicação. Ambos os países enfrentam investigação da União Europeia por violações ao Estado de Direito.

Jornais poloneses com o manifesto "Mídia sem Escolha", em protesto contra projeto de imposto sobre receitas publicitárias - Kaqcper Pempel - 10.fev.2021/Reuters

O governo pretendia cobrar tarifas de 2% a 15%, de acordo com o tamanho e tipo da empresa e do volume de receitas publicitárias, sob justificativa de que precisa de fontes extras para financiar o sistema de saúde.

A medida, porém, foi criticada até mesmo por integrantes da coalizão governista, que, há poucos meses, já havia sofrido um abalo na Polônia. O partido centrista Acordo, que integra a coligação, afirmou na última sexta (12) que o projeto era “inaceitável em sua forma atual”.

Críticos dizem que o projeto de imposto apresentado pelo Lei e Justiça é mais um passo em sua estratégia de aumentar o controle sobre a mídia, adotada desde que chegou ao poder, em 2015.

Em dezembro daquele ano, ele aprovou uma mudança na lei que lhe deu controle sobre a mídia pública, e cortou drasticamente anúncios de estatais em veículos como o jornal Gazeta Wyborcza, o maior veículo independente da Polônia, e as revistas Polityka e Newsweek Polska.

Uma de suas plataformas tem sido o ataque à propriedade estrangeira dos meios de comunicação e a campanha por uma “repolonização” dos veículos. Em dezembro, o PiS deu um novo passo ao anunciar que a refinaria de petróleo PKN Orlen, controlada pelo Estado, estava comprando a Polska Press, que edita vários jornais e revistas e, até então, era de propriedade da companhia alemã Verlagsgruppe Passau.

Apesar de anunciar que fará mudanças no projeto de imposto para atender mudanças no texto, o governo deve manter a intenção de elevar a pressão sobre as companhias estrangeiras.

Ao responder sobre o risco de inviabilizar a mídia independente, o PiS afirmou que o imposto será progressivo, “para não atingir a mídia local de forma alguma, apenas os gigantes internacionais”.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas