Brasil vai enviar remédios e bombeiros ao Haiti para auxílio após terremoto
Bolsonaro disse que havia recebido pedido de ajuda; país convive até com funerárias lotadas
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O governo Jair Bolsonaro deve enviar um avião com ajuda humanitária ao Haiti, país atingido no último sábado (14) por um terremoto que deixou ao menos 2.189 mortos, segundo informaram na noite desta quarta (18) as autoridades locais.
Os preparativos da missão foram discutidos nos últimos dias. De acordo com o Itamaraty, a previsão é a de que um avião com equipe de bombeiros e medicamentos doados parta no fim de semana.
Ainda segundo o ministério, os bombeiros que devem compor a equipe são peritos em busca e resgate em estruturas urbanas colapsadas. A pasta também disse que os kits de medicamentos e insumos para assistência farmacêutica emergencial foram doados pelo Ministério da Saúde.
A aeronave utilizada será um cargueiro KC-390 Millennium, fabricado pela Embraer Defesa. "O governo brasileiro acompanha com atenção os desdobramentos do terremoto que atingiu o Haiti e reafirma seu firme compromisso com a continuidade da ajuda humanitária àquele país", afirmou o Itamaraty, em nota.
Na segunda (16), durante exercício da Marinha em Formosa (GO), o presidente Bolsonaro disse que o governo havia recebido o pedido para enviar auxílio à população haitiana. "As nossas Forças Armadas têm dado demonstrações práticas no mundo todo, em várias operações. Como agora estamos novamente sendo solicitados a uma missão de socorro, humanitária, no Haiti", declarou, na ocasião.
Nesta quarta, a Opas, braço da Organização Mundial da Saúde nas Américas, disse que o Haiti enfrenta uma situação "especialmente grave" e pediu ajuda à comunidade internacional.
Além do terremoto, o país foi atingido nesta semana pela tempestade Grace, que causou chuvas torrenciais e enchentes. Na região de Les Cayes, na costa do sul, um dos pontos mais atingidos pela tempestade foi um complexo de tendas erguidas para abrigar famílias desalojadas pelo terremoto.
A cidade costeira já havia sido uma das mais impactadas pelo tremor, que atingiu principalmente os departamentos do sudoeste do país. A infraestrutura rodoviária está danificada devido a deslizamentos de terra, e vários edifícios, como hotéis, igrejas e hospitais, com a estrutura destruída ou comprometida.
Os necrotérios da região de Les Cayes enfrentam superlotação. Nesta quarta (18), corpos estavam amontoados no pátio de uma funerária, segundo a agência de notícias Reuters.
Os donos do estabelecimento contaram que estavam com dificuldade de encontrar locais para armazenar os corpos e para obter combustível para o gerador que mantém os cadáveres refrigerados.
Desde o dia do terremoto, segundo eles, foram recebidos 41 corpos, incluindo o de seis crianças. O dono de outra funerária, que já exauriu sua capacidade, afirmou que o número de cadáveres recebidos após o tremor foi o maior em 15 anos de operação, superando até mesmo os da tragédia de 2010 —que afetou mais fortemente a região próxima à capital, Porto Príncipe.
O terremoto do fim de semana atingiu o Haiti em um momento de grave crise política, deflagrada com o assassinato do presidente Jovenel Moïse e com a disputa por poder que se seguiu.
Em 2010, outro terremoto deixou mais de 200 mil mortos. Entre 2004 e 2017, generais brasileiros lideraram a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti). Após o fim da missão, a ONU manteve no país operações de capacitação do Judiciário e de treinamento das forças policiais.
Com Reuters
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