O papa Francisco pulou a parte da homilia na missa que rezava para dezenas de milhares de pessoas na praça São Pedro neste Domingo de Ramos (24) —data que marca o início da Semana Santa no catolicismo, período que culmina com a Páscoa.

Ele continuou, porém, a presidir o culto, lendo em seguida sua tradicional oração do 12h e sendo cumprimentado pela multidão ao final do evento a bordo do papamóvel.

Um anúncio da rádio do Vaticano afirmou apenas que Francisco decidiu não ler a homilia, embora o texto tivesse sido preparado. É incomum que um papa pule essa etapa num evento dessas proporções.

Cardeais, padres e bispos participaram da cerimônia que comemora o que a Bíblia diz ter sido a entrada de Jesus em Jerusalém dias antes de ele ser traído, levado a julgamento e crucificado.

Os clérigos, juntamente com os participantes de uma multidão estimada pela polícia do Vaticano em cerca de 60 mil pessoas, seguravam folhas de palmeira e ramos de oliveira durante o evento.

Nas últimas semanas, o pontífice de 87 anos tem sofrido intermitentemente de bronquite e gripe, e chegou a delegar a função de ler seus discursos a um assessor.

Além disso, por causa de uma osteoartrite que afeta um ligamento do joelho direito, preside há mais de um ano missas sentado perto do altar, enquanto um cardeal atua como celebrante principal. Francisco costuma alternar entre o uso de uma bengala e de cadeira de rodas em suas aparições públicas.

Sua saúde frágil tem preocupado católicos nos últimos anos. O argentino está no geral mais exposto a doenças respiratórias por ter retirado parte de um dos pulmões quando tinha por volta de 20 anos.

Ele também sofre de diverticulite, uma doença que pode infectar ou inflamar o cólon; de dor ciática crônica; e, há dois anos, foi operado para remover parte do intestino.