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Descrição de chapéu Eleições na Venezuela

Oposição fala em contagem paralela e cobra vigília pós-votação na Venezuela

Edmundo González e María Corina recebem informações compartilhadas por testemunhas das mesas; Nicolás Maduro insiste que só resultado oficial é válido

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Caracas

Após o fim da votação na Venezuela, líderes opositores reiteraram na noite deste domingo (28) a possibilidade de uma contagem paralela dos votos que é criticada por Nicolás Maduro.

O candidato Edmundo González e María Corina Machado declararam que a participação eleitoral foi ampla —"jamais vista nos últimos anos", disse o diplomata que concorre ao Palácio de Miraflores.

O candidato da oposição, Edmundo Gonzálvez, e a líder antichavista María Corina Machado conversam com a imprensa após o fechamento das urnas na Venezuela - Federico Parra - 28.jul.24/AFP

Os dois pediram que os cidadãos façam uma vigília nos centros de votação enquanto ocorre a auditoria dos votos durante a noite.

"Pedimos às testemunhas das mesas de votação que sigam nos centros até receberem as atas de suas respectivas mesas", disse González. "Os cidadãos têm direito de fazer a verificação cidadã desse processo."

Já María Corina pediu que "todos os venezuelanos fiquem em seus centros de votação em vigília". "Não especulamos. Mas, como vocês sabem, temos nossos levantamentos de participação", afirmou a liberal que foi inabilitada para concorrer a cargos públicos por 15 anos.

Enquanto isso, o chefe da campanha de Maduro e uma das figuras mais altas no comando chavista, Jorge Rodríguez, afirmou que "há um candidato que canta fraude antes mesmo do tempo", indireta a Edmundo González. "Condenamos qualquer tentativa de violência de algum setor do país. Queremos paz", afirmou.

Entre uma palavra e outra, parecia falar como se o chavismo já tivesse ganhado."Fracassou o ódio, ganhou o amor, ganhou a paz e a soberania da Venezuela", afirmou, usando os termos clássicos do chavismo.

"É absolutamente inaceitável que fatores externos do país se imiscuam em assuntos venezuelanos", seguiu, ao novamente acusar a oposição de atender aos interesses dos EUA. "O povo falou hoje, e essa voz do povo deve ser respeitada, e todos faremos com que seja respeitada."

O processo eleitoral venezuelano permite que as testemunhas dos centros eleitorais, que fazem parte dos diferentes partidos políticos, recebam as atas de votação ao final da auditoria de algumas das urnas —seriam 54% das mais de 30 mil máquinas auditadas.

Com isso, as testemunhas já estão enviando paralelamente para a oposição as informações de seus centros de votação, dados que são reunidos pelos opositores, que falam na possibilidade de divulgar toda essa informação após o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), autoridade no tema, divulgar os dados oficiais, em hora ainda desconhecida.

Ao longo dos últimos dias Nicolás Maduro subiu o tom sobre o tema. Ele insiste que apenas o resultado dito pelo CNE tem validade. Foi o que repetiu ao votar neste domingo em Caracas: "Só aceitarei o resultado do Conselho Nacional Eleitoral".

O ditador também vem afirmando que a oposição pretende não reconhecer os resultados anunciados e fazer uma acusação de fraude. María Corina, por sua vez, diz que aceita o resultado, mas logo emenda o pedido para que se conte "papelito por papelito", uma referência aos comprovantes de voto que os eleitores depositam em uma urna física após os receberem da máquina de votação.

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