Brasil retira bandeira da embaixada argentina após pedido da Venezuela
Avaliação é a de manter apoio à representação diplomática sem atrapalhar diálogo com regime de Maduro; chanceleres brasileiro, colombiano e mexicano podem ir a Caracas
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Após pedido do regime de Nicolás Maduro, a diplomacia do Brasil retirou nesta quinta (1°) a bandeira do país que havia hasteado na embaixada da Argentina em Caracas. A representação está sob os cuidados de Brasília após os diplomatas argentinos serem expulsos.
A avaliação, expressam interlocutores, foi a de não "esticar demais a corda". O Brasil aceitou assumir os cuidados das embaixadas argentina e peruana na Venezuela, mas também mantém contato com a ditadura e se coloca como um dos principais países no xadrez das negociações.
De todo esse cenário, o que mais chama a atenção é o da representação argentina, onde estão seis asilados políticos sob os cuidados do governo de Javier Milei. São figuras da campanha opositora na Venezuela. Por ora, eles devem seguir no prédio da embaixada.
Em geral, como dispõe a Convenção de Asilo Diplomático assinada justamente em Caracas, esses asilados teriam direito de sair do país junto com os representantes diplomáticos que lhes davam proteção. Mas a Venezuela impediu isso.
Um dos trechos da convenção diz: "Se, por motivo de ruptura de relações, o representante diplomático que concedeu o asilo tiver de abandonar o Estado territorial, sairá com os asilados."
Brasil, México e Colômbia, o mais importante trio das negociações com a Venezuela, estudam o envio de seus chanceleres a Caracas para falar com o regime de Maduro e também com Edmundo González, o candidato opositor e diplomata que hoje se diz "resguardado".
Na impossibilidade, avalia-se também uma videochamada entre os chanceleres com Caracas. Ou então até mesmo um passo acima: uma videochamada com os presidentes Lula (PT), Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México) com o próprio Maduro ou outra figura do alto escalão do regime. Nada ainda foi definido.
O Brasil insiste que Caracas divulgue as atas eleitorais. Ou seja, os comprovantes da quantidade e das opções de votos nas urnas eletrônicas. É de praxe no sistema venezuelano que isso ocorra. Mas neste processo de eleição presidencial, não ocorreu.
Para Brasília, nada muda com as novas informações divulgadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano nesta sexta, quando o órgão subiu a porcentagem de contagem de votos, agora para 97%, e reafirmou que Maduro foi eleito.
O governo Lula seguirá pedindo a divulgação das atas.
A Argentina é hoje um dos principais conflitos do regime de Maduro na vizinhança. Com frequência ele se refere a Milei em seus discursos o descrevendo como um representante do fascismo e da ultradireita. O argentino também é constante em suas críticas ao ditador.
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