Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 Judô

Eu sou linda, diz Beatriz Souza, agora também campeã olímpica

Judoca fala do corpo, seu material de trabalho, com a mesma segurança que demonstrou no tatame de Paris

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Paris

"Eu espero servir como inspiração para que elas acreditem que todo sonho é possível. Não vou falar que é fácil, não é. Acho que nada que é grandioso é fácil de ser conquistado. Mas, sejam grandes ou pequenos os objetivos, é possível. Lutem, acreditem, confiem. Deem o máximo de si, mesmo quando acha que nada vai dar certo. No final, acaba valendo a pena."

Beatriz Souza, 26, falava do judô e das judocas que espera inspirar, em um país que cada vez mais vê mulheres triunfarem de quimono —em quatro Olimpíadas, três ouros. Falar de judô, no entanto, é falar da condição feminina. "Acho que a gente cada dia está mostrando mais a força da mulher. A força que a mulher tem diariamente. Colocando o nome no topo. E eu acho que é só mais um passo para o nosso crescimento, para a nossa evolução."

Uma atleta está sorrindo enquanto segura uma medalha de ouro. Ela está vestindo uma jaqueta azul e uma calça com padrão verde. O fundo mostra uma multidão, sugerindo um evento esportivo.
Beatriz Souza exibe a medalha de ouro conquista nos Jogos Olímpicos de Paris - Mathilde Missioneiro/Folhapress

Falar de judô é também falar de sua própria vida. "Então, eu sempre era o diferencial, né? Porque eu era muito alta em relação às minhas amigas, à galera que sempre andava comigo. Muito alta, muito grande, desde a época da escola. Então, nunca me senti confortável. Nunca tive alguém ali igual a mim para poder dividir como era essa sensação", contou Bia.

O potencial físico levou-a ao esporte, mas também a uma jornada de autoconhecimento. "Quando a gente vai para o alto rendimento, a gente conhece grandes mulheres. A Maria Suelen foi uma delas", disse a judoca sobre uma antiga adversária, que a tirou de Tóquio-2020, se machucou e encerrou a carreira. Suelen é hoje sua técnica no Clube Pinheiros.

"Ela mostrou que meu corpo é meu material de trabalho. Se eu não amar o meu corpo, quem que vai trabalhar para manter ele em plenas condições físicas para competir, para andar por aí, para se sentir bem. Então, eu tenho que me amar, não só porque é o meu material de trabalho, mas porque eu sou assim. Eu sou feliz assim, sempre fui. Então, faltava me conhecer mais e ver que a minha beleza também importa", afirmou Bia, com uma segurança semelhante à que demonstrou no tatame da Arena Campo de Marte, nesta sexta-feira (2), em Paris.

"Eu sou linda e é isso, gente." Bia, agora também campeã olímpica, busca neste sábado (3) mais uma medalha na disputa de times mistos, a competição que encerra o torneio de judô olímpico de Paris-2024.

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