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Descrição de chapéu Eleições na Venezuela

González diz que continuará na Espanha luta pela democracia na Venezuela

Adversário de Maduro se exilou após ameaças da ditadura; União Europeia fala em 'dia triste' para país sul-americano

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Madri e Caracas | AFP e Reuters

O adversário de Nicolás Maduro nas eleições do final de julho, Edmundo González, afirmou da Espanha, onde se exilou após ameaças de prisão do regime, que vai continuar lutando pela liberdade e democracia de seu país natal.

"Confio que em breve continuaremos a luta para alcançar a liberdade e a recuperação da democracia na Venezuela", afirmou o ex-diplomata de 75 anos em um áudio de 41 segundos divulgado por sua equipe. González chegou à base militar de Torrejón de Ardoz com sua esposa na tarde de domingo (8), disse o Ministério das Relações Exteriores da Espanha em um comunicado.

Então candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González participa de reunião com profissionais de saúde em Caracas - AFP

O chanceler espanhol, José Manuel Albares, afirmou em uma entrevista à rádio 'Onda Cero' nesta segunda-feira (9) que o venezuelano quer solicitar asilo, o que será concedido, e que a recepção não muda a posição de Madri nem foi o resultado de qualquer negociação.

"Volto a dizer, de maneira muito clara: não houve nenhum tipo de negociação política entre o governo da Espanha e o governo da Venezuela", afirmou ele. "Não vamos reconhecer a suposta vitória de Nicolás Maduro."

Tanto o ditador quanto o ex-diplomata afirmam que ganharam as eleições, mas somente a oposição publicou as atas de votação que tem em mãos.

Os documentos, disponíveis em um site e revisados por diversas organizações internacionais independentes, indicam que González venceu com mais de 7,3 milhões de votos (67%), contra 3,3 milhões de Maduro (30%). Embora conteste a veracidade das informações, o regime ainda não divulgou as atas que comprovariam a vitória de Maduro com 52% dos votos.

Foi justamente a publicação desses documentos que levaram a acusações de desobediência das leis, falsificação de documentos públicos, conspiração, usurpação de funções e sabotagem contra González. Há dez dias, ele deixou de comparecer pela terceira vez a uma audiência sob a justificativa de que não seria submetido a um julgamento justo, o que levou a uma ordem de captura.

A líder da oposição, María Corina Machado, afirmou que a saída da Venezuela do candidato, que assim como ela fez poucas aparições no último mês, foi necessária para "preservar sua liberdade e sua vida", em meio a uma "brutal onda de repressão".

Os Estados Unidos também se pronunciaram. Na rede social X, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou na noite de domingo que González "continua sendo a melhor esperança para a democracia" no país sul-americano. "Sua saída da Venezuela é resultado direto das medidas antidemocráticas que Nicolás Maduro desencadeou sobre o povo venezuelano", afirmou.

Já o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que domingo foi "um dia triste para a democracia na Venezuela".

"Em uma democracia, nenhum líder político deveria ser forçado a buscar asilo em outro país", afirmou em um comunicado. "A União Europeia insiste que as autoridades venezuelanas acabem com a repressão, as detenções arbitrárias e o assédio contra membros da oposição e da sociedade civil, assim como libertem todos os presos políticos."

Segundo Borrell, González passou um período na embaixada da Holanda em Caracas antes de seguir para a embaixada da Espanha em 5 de setembro.

Com AFP

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