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Macron nomeia ex-negociador do brexit como premiê na tentativa de resolver impasse na França

Michel Barnier deve formar novo governo e tentar aprovar reformas em um Parlamento dividido após eleições antecipadas

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Paris | Reuters

O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta quinta-feira (5) o ex-negociador do brexit da União Europeia, Michel Barnier, como primeiro-ministro do país, que vive um impasse político desde que um pleito antecipado elegeu um parlamento dividido, no início de julho.

Discreto e conservador, Barnier, 73, será o premiê mais velho da história moderna francesa após o cargo ser ocupado pelo mais jovem —Gabriel Attal, 35, foi nomeado em janeiro e continuou no posto apenas interinamente depois das eleições.

Michel Barnier, ex-negociador do brexit da União Europeia e novo premiê da França, durante entrevista à agência de notícias Reuters - Reuters

Barnier também começou jovem na política. Aos 27 anos, tornou-se parlamentar local de uma região no leste da França e posteriormente ocupou cargos em vários governos franceses, incluindo a chefia das pastas de Relações Exteriores e Agricultura, e em órgãos da União Europeia. No exterior, ficou conhecido mais recentemente por ter liderado as negociações sobre a saída do Reino Unido do bloco, entre 2016 e 2021.

Como premiê, Barnier será o encarregado de formar um novo governo e terá o desafio de tentar aprovar reformas e o orçamento de 2025 com um Parlamento composto por três principais blocos —todos distantes da maioria absoluta— no momento em que a França está sob pressão da Comissão Europeia e dos mercados de títulos para reduzir seu déficit.

Macron não teve o êxito que esperava ao convocar a eleição parlamentar antecipada em junho —sua coalizão de centro-direita perdeu dezenas de assentos. Mesmo assim, foi a segunda mais votada no pleito, com 168 cadeiras. O primeiro lugar, com 182, ficou com a esquerdista NFP (Nova Frente Popular), que une socialistas, comunistas e ambientalistas; e o terceiro, com 143, com a ultradireitista RN (Reunião Nacional).

A Constituição francesa determina que o presidente tem prerrogativa na escolha do líder do Legislativo, mas o nome precisa ter apoio da maioria do Parlamento, que pode derrubar o governo com um voto de desconfiança. Por isso, Macron considerou uma série de potenciais primeiros-ministros nas últimas semanas, mas nenhum havia reunido apoio suficiente para garantir um governo estável até agora.

No final de agosto, o presidente recusou-se a nomear Lucie Castets, 37, uma funcionária pública pouco conhecida e candidata do bloco parlamentar de esquerda, para o cargo de primeira-ministra —no mesmo dia, os líderes da ultradireitista RN, Marine Le Pen e Jordan Bardella, avisaram a Macron que convocariam um voto de desconfiança caso um candidato da NFP assumisse a chefia do Legislativo.

Barnier é um defensor ferrenho da Europa e um político moderado de carreira, mas endureceu consideravelmente seu discurso durante a fracassada tentativa de obter a indicação de seu partido para a eleição presidencial de 2022. Na ocasião, chegou a dizer que a imigração estava fora de controle —uma visão compartilhada pela RN.

Mesmo assim, não há garantias de que o governo de Barnier conseguirá convencer o parlamento a adotar reformas ou mantê-lo no poder por muito tempo. Mais cedo, porém, a RN sinalizou que não rejeitaria imediatamente o premiê.

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