Siga a folha

Número de mortos sobe para 113 em Mianmar depois de passagem de tufão

Cerca de 320 mil pessoas foram deslocadas e 64 estão desaparecidas; cinco barragens, quatro templos e mais de 65 mil casas foram destruídas

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Reuters

O número de mortes causadas em Mianmar por inundações decorrentes do tufão Yagi subiu para pelo menos 113 até a noite de sábado (14), segundo informações da junta militar que governa o país deste domingo (15).

Pelo menos 320 mil pessoas foram deslocadas e 64 ainda estão desaparecidas, disse o porta-voz do governo Zaw Min Tun, de acordo com um boletim noturno transmitido pela MRTV, emissora estatal.

"O governo está conduzindo uma missão de resgate", afirmou.

Budistas caminham pelas águas da enchente perto de um templo em Toungoo, em Mianmar - 14.set.24/AFP

Chuvas causadas pelo tufão Yagi, a tempestade mais forte a atingir a Ásia neste ano, deixaram centenas de pessoas mortas no Vietnã e na Tailândia. Também provocou danos em outros países, como Filipinas, China e Laos.

As inundações em Mianmar começaram na última segunda-feira e deixaram ao menos 74 mortos até sexta-feira, segundo a mídia controlada pelo estado.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) afirma que o centro de Mianmar é atualmente a área mais afetada. As chuvas provocadas pela tempestade atingiram principalmente a capital Naypyitaw, assim como as regiões de Mandalay, Magway e Bago, além dos estados de Shan, Mon, Kayah e Kayin.

A atualização sobre o número de mortes tem sido dificultada pelo dano à infraestrutura de linhas telefônicas e de internet.

A mídia estatal também informou que cinco barragens, quatro templos e mais de 65 mil casas foram destruídas pelas inundações.

Cerca de um terço dos 55 milhões de habitantes de Mianmar precisam de assistência humanitária, mas muitas agências de ajuda, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, não podem operar em várias áreas devido a restrições de acesso e riscos de segurança.

Neste sábado, o chefe da junta militar que comanda Mianmar pediu ajuda internacional para lidar com os efeitos das inundações causadas pelo Yagi. O pedido de ajuda é um ato incomum por parte da junta, que no passado já impediu assistência humanitária externa. O regime suspendeu, no ano passado, autorizações de viagem de grupos que iriam ajudar 500 mil afetados por um ciclone que atingiu o oeste do país. Na ocasião, as Nações Unidas chamaram a decisão de incompreensível.

O evento climático agrava a situação do país, mergulhado em uma crise humanitária, de segurança e política desde o golpe militar de fevereiro de 2021 contra o governo civil eleito de Aung San Suu Kyi, que foi laureada com o Nobel da Paz em 1991.

O golpe começou com um blecaute na internet e a prisão do gabinete civil de Mianmar. Desde então, mais de 4.800 manifestantes e prisioneiros políticos foram mortos, e 26,5 mil pessoas foram presas, de acordo com a Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos Birmânia, que usa o nome antigo do país. Outras 2,7 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido ao conflito.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas