Siga a folha

Descrição de chapéu Eleições na Venezuela

Premiê espanhol publica vídeo ao lado de González e diz trabalhar por democracia na Venezuela

Opositor de Maduro não era visto desde que se refugiou no país europeu, no último fim de semana

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O opositor da ditadura da Venezuela Edmundo González apareceu em um vídeo publicado pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, após dias de discrição em Madri. O ex-diplomata ainda não havia sido visto desde o início de seu refúgio no país europeu, no último domingo (8).

"Dou calorosas boas-vindas ao nosso país a Edmundo González Urrutia, a quem recebemos mostrando o compromisso humanitário e a solidariedade da Espanha com os venezuelanos", escreveu Sánchez em uma publicação na rede social X, nesta quinta-feira (12).

Foto divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, mostra o político ao lado do opositor venezuelano Edmundo González - La Moncloa/via AFP

O vídeo que acompanha a mensagem mostra os dois, ao lado da filha do opositor venezuelano, caminhando pelos jardins do Palácio da Moncloa, sede do governo espanhol. "A Espanha continua trabalhando a favor da democracia, do diálogo e dos direitos fundamentais do povo irmão da Venezuela", acrescentou o premiê.

Após a reunião, González publicou um comunicado no qual agradece o líder pela recepção. "Ratifiquei minha determinação de continuar a luta para fazer cumprir a vontade soberana do povo venezuelano", afirmou o opositor.

O encontro se deu um dia após a Câmara dos Deputados da Espanha aprovar uma moção na qual reconhece González como legítimo presidente venezuelano a despeito da votação contrária do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) de Sánchez. O premiê não deve seguir a Casa, no entanto.

A sigla parece tentar evitar o desfecho de Juan Guaidó, opositor atualmente caído no esquecimento após ter sido reconhecido como presidente por mais de 50 países em 2019, incluindo a Espanha, na época também governada por Sánchez. Naquele ano, o crítico do regime e então líder da Assembleia Nacional se autoproclamou presidente da Venezuela, o que teve poucos efeitos práticos.

A situação agora é diferente —tanto o ditador Nicolás Maduro quanto González dizem ter vencido as eleições presidenciais do final de julho, mas apenas a oposição apresentou as atas eleitorais recolhidas no dia pleito, que foram validadas por diversas organizações independentes.

A publicação dos documentos é justamente um dos motivos pelos quais o opositor fugiu da Venezuela em um voo da Força Aérea Espanhola. A aparelhada Justiça venezuelana acusou González de conspiração e emitiu um mandado de prisão contra o ex-diplomata após ele não comparecer em três audiências.

Sánchez diz que vai continuar seguindo a posição da União Europeia —não reconhecer a vitória de nenhum dos dois e pedir a divulgação das atas de votação do regime, como exige a legislação venezuelana. Dentro da Espanha, porém, a crise no país sul-americano virou um campo de batalha política.

No domingo, o eurodeputado do conservador PP (Partido Popular) Esteban González Pons afirmou que receber González sem reconhecer sua vitória "não se trata de fazer um favor à democracia, mas sim de tirar um problema da ditadura". Questionado sobre o assunto na terça (10), durante uma viagem à China, Sánchez afirmou que qualquer leitura política sobre o refúgio é inapropriada. "É uma questão de humanidade", disse a jornalistas.

Após a votação, o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, saudou os venezuelanos que protestavam nas imediações do Palácio das Cortes e afirmou que trabalharia pelo reconhecimento de González. O governo da Espanha calcula que quase 280 mil venezuelanos vivem no país, incluindo vários líderes da oposição.

No mesmo dia, o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, propôs o rompimento das relações diplomáticas, consulares e comerciais com a Espanha e acusou o país europeu de se tornar um refúgio para homicidas e golpistas, em suas palavras.

"Que se retirem daqui todos os representantes da delegação do governo do Reino da Espanha e todos os consulados e todos os cônsules, e que tiremos os nossos de lá", clamou.

Diante da possibilidade de ruptura das relações, a porta-voz do governo espanhol, Pilar Alegría, afirmou nesta quinta que o país tem "interesse em trabalhar para manter as melhores relações com o povo venezuelano". "A embaixada na Venezuela está trabalhando com absoluta normalidade", acrescentou.

Com Reuters e AFP

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas