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Gestão e saúde

Hospital pernambucano obtém avanços com medidas que praticamente não implicam custo extra

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Unidade de cuidados intermediários neonatal do Hospital Agamenon Magalhães, em Recife - Miva Filho/SES-PE

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Na saúde pública, que tão cedo não verá a solução para o subfinanciamento, merecem especial atenção as iniciativas capazes de obter resultados a baixo custo. Observe-se, portanto, o caso do hospital estadual   Agamenon Magalhães, no Recife, referência no cuidado de gestantes de alto risco.

Como mostrou reportagem desta Folha, a instituição reduziu em 54% sua taxa de mortalidade materna —isto é, de mulheres que morrem durante a gestação, o parto ou até 42 dias depois dele por fatores associados à condição.

De maio de 2017 a abril deste ano, registraram-se 6 óbitos num universo de 4.167 partos. Nos 12 meses anteriores haviam sido 11 mortes em 3.793 procedimentos.

Tão relevante quanto o avanço obtido é a estratégia adotada: melhoras na gestão, no atendimento e na capacitação de funcionários. São medidas que praticamente não implicam custo extra.

O projeto implantado no hospital pernambucano integra uma iniciativa mundial da empresa farmacêutica MSD voltada para a redução da mortalidade materna. Foi desenvolvido em parceria com o Albert Einstein, de São Paulo.

Uma equipe da instituição paulistana passou dias acompanhando a rotina das gestantes no hospital, bem como os protocolos adotados, e propôs mudanças.

O laboratório de análises clínicas, por exemplo, passou a priorizar os resultados de exames das mulheres —providência com impacto direto na decisão médica— com o intuito de aperfeiçoar a detecção dos casos mais urgentes.

Outra mudança implementada foi a reserva de leitos da Unidade de Terapia Intensiva para as pacientes da maternidade, que antes tinham de disputar esses locais com enfermos de outras unidades.

Avanços como os obtidos no Agamenon Magalhães adquirem ainda mais relevância em meio a um cenário de regressão de indicadores de saúde —entre eles, justamente, o de mortalidade materna.

Em 2016, pelo número mais recente à disposição, a taxa desses óbitos subiu de 62 para 64,4 por 100 mil nascidos vivos. É quase o triplo da cifra verificada no Chile.

O dado afasta ainda mais o país de atingir a meta assumida com a ONU de reduzir as mortes maternas para 30 por 100 mil até 2030 (objetivo reformado após falha em cumprir o anterior).

Se não quiserem que o Brasil descumpra novamente o compromisso, os governos municipal, estadual e federal precisam se apressar. A crise orçamentária, como mostra o exemplo do hospital pernambucano, não justifica a inação.

editoriais@grupofolha.com.br

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