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Sem proteção

Cabe à Justiça examinar com rigor e celeridade denúncia contra Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ - Roque de Sá - 19.nov.19/Agência Senado

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A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na última quarta (4) complica a situação do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, ao deixá-lo mais perto do banco dos réus.

Flávio é apontado como chefe de uma organização criminosa que teria desviado R$ 6 milhões da Assembleia Legislativa do Rio nos anos em que foi deputado estadual, apropriando-se dos salários de funcionários do seu gabinete.

As investigações sobre seu envolvimento com o esquema da “rachadinha” tiveram início antes da chegada de Bolsonaro ao poder e assombram a família desde então, mas esta é a primeira vez que Flávio é alvo de acusação formal na Justiça.

Outras 16 pessoas foram denunciadas com ele, incluindo o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, que por muito tempo foi uma espécie de faz-tudo dos Bolsonaros e é acusado de movimentar ilegalmente o dinheiro dos servidores.

Uma ex-assessora de Flávio disse aos promotores ter sido obrigada a entregar a ele a maior parte dos vencimentos no período em que trabalhou no gabinete, reforçando a narrativa feita pela acusação.

O Ministério Público encontrou evidências de que o senador movimentou grandes quantias de dinheiro em espécie numa loja de chocolates da qual é sócio e em negócios com imóveis, além de receber de Queiroz recursos para pagamento de despesas pessoais.

Caberá agora aos 25 desembargadores que compõem o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio examinar a denúncia e decidir se Flávio será processado —ou se a peça será simplesmente descartada, sem abertura de ação penal.

O senador nega ter cometido irregularidades e diz que nada tem a ver com o que os assessores faziam com seus salários, mas tem gasto mais energia tentando obstruir as investigações do que esclarecendo as graves suspeitas que pairam sobre sua vida financeira.

Infelizmente, tudo indica que o imbróglio jurídico em torno do caso se arrastará por um bom tempo antes que o envolvimento de Flávio com os desvios seja esclarecido e os responsáveis sejam punidos.

O TJ do Rio lhe garantiu foro especial, mantendo o caso longe da primeira instância. Uma das ações movidas contra essa decisão no Supremo Tribunal Federal terá como relator o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro e empossado na quinta (5).

Num momento em que Jair Bolsonaro reconstrói pontes com o Judiciário, o pior que poderia acontecer seria o presidente usar suas novas amizades para proteger o filho de embaraços. Espera-se que a Justiça examine a denúncia dos promotores do Rio com o rigor que ela merece, sem procrastinação.

editoriais@grupofolha.com.br

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