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O que a Folha pensa PIB

Mais trabalho e renda

Governo deveria conter gastos contra risco de inflação com economia aquecida

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Carteira de trabalho - Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Com geração de postos formais e informais, o mercado de trabalho desafia prognósticos negativos.

Segundo o IBGE, no trimestre encerrado em abril a taxa de desemprego ficou em 7,5%, ante 7,9% no mês anterior. Descontados os ajustes sazonais, a desocupação caiu de 7,5% para 7,3% no período —menor índice desde janeiro de 2015.

É um bom resultado, mesmo considerando que a taxa de participação na força de trabalho permanece em 62,2%, cerca de 2 pontos percentuais abaixo do pico observado no segundo semestre de 2019.

No período foram criadas 427 mil novas vagas, expansão de 0,4%. Marca-se novo recorde numérico de ocupação —são 101,6 milhões de empregados— com carteira, informais, por conta própria, funcionários públicos e domésticos.

Tal movimento mostra-se alinhado à medição do Caged, que agrega só empregos formais. Em abril, foram abertas 240 mil vagas.

Também é positivo o crescimento da renda. O rendimento habitual real (descontada a inflação) atingiu R$ 3.158 mensais, alta de 4,8% ante o mesmo período do ano passado. A medida de massa salarial, que une renda e número de empregos, teve expansão de 7,9%.

Esse aumento é o pilar que sustenta o consumo e tem mantido o desempenho da economia acima das expectativas desde a retomada, que teve início em 2021. Neste ano, as projeções mais consensuais apontam para alta do Produto Interno Bruto próxima dos 2%.

Surpreende, ainda, que o vigor do mercado de trabalho até agora se dê com pressões inflacionárias menores do que as observadas na última vez em que o desemprego esteve baixo. Em parte a explicação pode estar relacionada à maior flexibilidade obtida com a reforma trabalhista, tema ainda em discussão por especialistas.

Com economia e emprego firmes, é preciso atenção para o risco de aceleração demasiada da inflação, que parece ganhar corpo.

É indicado conter despesas de modo a preservar o espaço, hoje aparentemente diminuto, para que a Selic possa continuar a cair. Infelizmente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) erra ao insistir em sua agenda de gastos crescentes.

editoriais@grupofolha.com.br

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