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Montagem de coalizão lulista avança, ainda sem projeto que lhe dê consistência

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Francisco Cañedo/Xinhua

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu novos passos na construção da coalizão partidária ampla que deseja para lançar sua candidatura presidencial, mas sem conseguir remover alguns obstáculos no seu caminho.

Anunciou-se na quarta-feira (9) a formação de uma federação partidária em que os petistas se associarão ao PC do B e ao PV, duas siglas pequenas e ameaçadas de extinção, que esperam ganhar sobrevida ao lado dos petistas.

O PSB, legenda de maior porte que também participava das discussões, decidiu ficar fora da união. O partido segue disposto a apoiar Lula na corrida presidencial, mas prefere ficar com as mãos livres para ter candidaturas próprias em alguns estados —o que seria inviável se entrasse na federação.

Foi determinante para esse desfecho o impasse nas negociações em São Paulo, onde o PT quer o ex-prefeito Fernando Haddad na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e o PSB pretende lançar o ex-governador Márcio França.

O desencontro não deverá impedir que Lula tenha como companheiro de chapa o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e está prestes a assinar a ficha de filiação ao PSB para ser candidato a vice-presidente.

Ao selar uma aliança com o adversário que derrotou nas eleições presidenciais de 2006, Lula busca oferecer uma demonstração convincente de sua disposição ao diálogo com outras forças políticas para enfrentar Jair Bolsonaro (PL) e montar um novo governo.

Ainda assim, o embaraço com o PSB serve para mostrar que o percurso até o pleito de outubro tende a ser mais acidentado do que os apoiadores mais otimistas de Lula poderiam imaginar, dada a vantagem apontada pelos institutos de pesquisa até agora.

Pesou na decisão do PSB de ficar fora da federação o desconforto com a índole hegemônica do PT, que no passado afastou aliados naturais do partido e elevou o custo de alianças com agremiações de natureza mais fisiológica.

Novas tensões tendem a aflorar na frente lulista nos próximos meses. Se as correntes mais radicais do PT não escondem seu descontentamento com a escolha de Alckmin, é questão de tempo para que os recém-chegados à caravana comecem a se manifestar.

O ex-presidente tem sido vago ao discorrer sobre o que planeja fazer para tirar o país da estagnação econômica e enfrentar os desafios deixados pela pandemia e pelo governo Bolsonaro.

Se compromissos genéricos parecem suficientes por ora para aglutinar a frente de oposição, será difícil consolidá-la sem compromissos mais sólidos do que os apresentados ao eleitorado até aqui.

editoriais@grupofolha.com.br

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