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Noboa deve pacificar o país em vez de violar direitos com invasão de embaixada

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Policiais invadem a embaixada do México, em Quito (Equador) - Alberto Suarez/AFP

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Desde 2019, o cenário político do Equador é marcado por protestos, dois processos de impeachment, dissolvição do Parlamento, um candidato à Presidência assassinado e estado de exceção.

Esperava-se que o presidente Daniel Noboa, liberal eleito em outubro do ano passado, ao menos se esforçasse para acalmar os ânimos. Mas, em 5 de abril, resolveu mandar às favas princípios básicos da diplomacia ao permitir a invasão da embaixada do México, em Quito, por suas forças de segurança.

Agentes encapuzados invadiram o prédio e prenderam o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que lá estava refugiado desde dezembro de 2023 após ser condenado por um caso de corrupção.

Segundo a Convenção de Viena, assinada pelo Equador em 1961, prédios de missões diplomáticas são imunes a buscas e apreensões.

A desculpa dada pelo governo Noboa para violar o direito internacional foi um mero pronunciamento do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

AMLO, como é conhecido, havia dito que o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato de centro-direita no pleito presidencial de 2023, havia aberto caminho para a vitória de Noboa.

Na quinta (11), o México entrou com representação na Corte Internacional de Justiça, solicitando a suspensão do país andino da ONU até que um pedido público oficial de desculpas seja emitido.

Com exceção de Equador e El Salvador, todas as nações da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenaram a invasão da embaixada; a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe deve seguir o mesmo caminho.

Noboa chegou ao poder em meio a um caos político, por eleição decretada após a dissolvição do Parlamento pelo ex-presidente Guillermo Lasso. A sociedade vive uma escalada de violência gerada pela expansão do narcotráfico.

O presidente deveria buscar, portanto, pacificar o país e proteger as instituições democráticas. Violar regras diplomáticas, a partir de motivação político-partidária rasteira, e tornar-se pária internacional em nada contribui para melhorar a vida dos equatorianos.

editoriais@grupofolha.com.br

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