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O que a Folha pensa Governo Lula

É corte ou não é?

Qualquer que seja o termo usado, pente-fino no BPC é correto, mas insuficiente

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Haddad, ministro da Fazenda - Gabriela Biló/Folhapress

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Não é de hoje que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, precisa se equilibrar entre os deveres do cargo, como zelar pela credibilidade da política econômica, e a plataforma gastadora abraçada por seus correligionários petistas —a começar pelo próprio presidente da República.

O exemplo mais recente se deu na terça-feira (20), quando Haddad defendeu a revisão de gastos a ser promovida com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), um programa destinado à população carente que passa por uma expansão anômala de sua clientela.

Fazer pente-fino para identificar concessões indevidas ou mesmo fraudes, argumentou o ministro em evento do banco BTG Pactual, "não pode ser chamado de corte".

É curioso que o mesmo Haddad tenha usado a palavra, ou uma variação dela, ao anunciar essa e outras medidas similares em 3 de julho, com uma previsão da economia a ser feita: "Identificamos, e o presidente autorizou levar à frente, R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias que vão ser cortadas", disse, referindo-se ao Orçamento de 2025.

Explica-se: naquele dia, a preocupação da Fazenda era dar uma mostra pública de compromisso com a responsabilidade fiscal, de modo a estancar uma disparada do dólar alimentada por declarações desatinadas de Luiz Inácio Lula da Silva —daí o exagero retórico de chamar de corte o que ainda é só uma reestimativa do gasto.

De lá para cá, o governo tem sofrido ataques demagógicos por supostamente tirar dinheiro dos pobres, quando se trata apenas de fazer cumprir as regras do programa, voltado para idosos e deficientes com renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo.

A providência é obviamente correta —mas insuficiente. Verificar a devida destinação de recursos é obrigação da gestão pública, porém no caso brasileiro será inescapável rever também regras que levam os gastos a uma elevação contínua e insustentável, como reajustes de benefícios acima da inflação.

É essencial preservar o aparato de seguridade social, o que implica garantir que ele caiba no Orçamento e seja de fato direcionado aos que dele mais precisam.

editoriais@grupofolha.com.br

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