Mourão diz ver exagero em operação contra aliados de Bolsonaro e defende superação de 'ruídos'
Vice-presidente afirmou à Folha que relação entre Executivo e Judiciário enfrenta problema de comunicação
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta terça-feira (16) que há certo exagero em operação de busca e apreensão contra aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela promoção de protestos antidemocráticos.
Nesta terça-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou o cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão que têm entre os alvos integrantes do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente tenta fundar.
Em conversa com a Folha, o general da reserva disse que não se pode considerar "meia dúzia de gente que estava na rua" como uma ameaça, apesar de, na avaliação dele, ter sido um inconveniente a iniciativa de um grupo governista de atirar fogos de artificio sobre a sede do Supremo.
"Eu acho que é meio exagerado isso aí. Eu acho que considerar que essa meia dúzia de gente que estava aí na rua como uma ameaça é a mesma coisa que a gente considerar aquela turma que aparece com bandeira de foice e martelo como ameaça", afirmou.
No caso dos fogos de artifício, Mourão avaliou que a penalidade mais apropriada seria a aplicação de multas contra os responsáveis pelo ocorrido. Até o momento, Bolsonaro não se manifestou nem sobre os mandados de busca e apreensão nem sobre o ataque ao prédio do Supremo.
Apesar da crítica à operação policial, o vice-presidente defendeu um diálogo harmonioso entre Executivo e Judiciário e avaliou que tem havido um ruído de comunicação que precisa ser superado.
"Eu acho que tem muito ruído na comunicação. É [preciso] tirar o ruído da comunicação. A rádio, quando você fala para transmitir mensagem, tem um botão que se chama supressor de ruído. É só acionar o supressor de ruído", disse.
Mourão considerou também que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, cometeu um erro ao ter participado de protesto no fim de semana que criticava o STF. O Palácio do Planalto já informou a integrantes do Supremo que o ministro deve deixar o cargo como um gesto de paz.
"Eu acho que o Weintraub, no momento em que ele anda debaixo de fogo, deveria estar abrigado. Ele rompeu um principio básico da segurança", afirmou o general.
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