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Folha é líder de assinatura entre jornalistas do Brasil

Jornal é o mais assinado por profissionais da área, segundo levantamento

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Tayguara Ribeiro

São Paulo

A maioria dos jornalistas brasileiros utiliza a Folha para se informar. O veículo lidera a preferência dos profissionais da área, segundo levantamento divulgado pelo Portal Comunique-se.

De acordo com a pesquisa "Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil", o jornal é o veículo de comunicação com o maior número de assinantes no segmento.

Entre os profissionais que assinam ao menos uma publicação, 43% afirmaram que são assinantes da Folha. O jornal completou no ano passado 100 anos de história na imprensa do país.

O número representa mais que o dobro do segundo colocado em termos de número de assinaturas entre os jornalistas brasileiros.

Em segundo lugar na predileção é mencionado o jornal O Globo. Na sequência aparece o Estado de S. Paulo. O levantamento foi realizado entre os dias 20 de outubro a 5 de dezembro de 2021.

Ao todo, foram entrevistados para a pesquisa 335 jornalistas de todas as regiões do país, entre atuantes em redações, agências de comunicação, desempregados e aqueles que estão trabalhando fora de setores ligados à imprensa.

Além de analisar qual o jornal mais lido entre os profissionais da área, a pesquisa também avaliou outros itens ligados ao mercado de trabalho no jornalismo, como modelo de trabalho (PJ x CLT); carga horária; remuneração; impacto da pandemia no trabalho; e relação com as novas mídias.

Ao entardecer de 19 de fevereiro de 1921, circula pela 1ª vez a Folha da Noite. Comandada por Olival Costa e Pedro Cunha, que até então trabalhavam para O Estado de S. Paulo, a Redação ficava numa sala emprestada na praça Antônio Prado, no centro de São Paulo. O jornal era impresso nas gráficas da rua 25 de Março. Reprodução/

A Folha da Noite ia para as ruas à tarde e pretendia ser diferente dos outros jornais da época: mais leve, com menos textos rebuscados, com artigos mais curtos e mais espaço para esportes. Povo não lê artigos. Povo quer notícias, dizia Olival Costa (com bigode, ao centro). O jornal se engajava na defesa dos direitos de trabalhadores urbanos e afirmava que, sempre que necessário, iria se transformar para estar ao lado do povo e da pátria. Folhapress/

Ao longo da década de 1920, o cartunista Belmonte se consagrou nas páginas da Folha da Noite e da Folha da Manhã (criada em 1925) com o personagem Juca Pato, popular em toda a cidade por retratar as dificuldades das pessoas comuns . Folhapress/Marcelo Justo - 11.mar.2013

Em 1º de março de 1930, a Folha da Manhã (criada em 1925) critica Getúlio Vargas, afirmando que sua "política vesga pugna pela anarquia, pelo desmembramento da pátria e pelo desrespeito às leis". Acervo Folha /

Ao noticiar a vitória da Aliança Liberal, em 24 de outubro de 1930, a Folha da Manhã falava em tropas getulistas destroçadas. Mas foi a Redação da Folha a ser depredada por apoiadores de Vargas (à frente, de farda). A circulação do jornal foi interrompida por dois meses. Ao retornar, a Folha da Manhã afirma ao leitor que é desnecessário comunicar seu projeto, pois continua a ter o mesmo objetivo: ser um jornal independente. /Reprodução

Em 1931, as Folhas foram compradas pelo fazendeiro e comerciante Octaviano Alves de Lima, que via nos jornais mais que uma oportunidade de negócios: seria um meio para favorecer sua atividade cafeeira. /Folhapress

Em 1935, a Folha da Manhã acompanha com atenção o crescimento do totalitarismo na Europa, mas não deixa de lado as preocupações com a agricultura, principalmente a cafeeira. Acervo Folha/

Quando Getúlio Vargas instaura o Estado Novo, em 1937, o noticiário político das Folhas rareou devido à censura prévia, às chantagens econômicas e à pressão política. Reprodução/

No início da década de 1940, a Segunda Guerra Mundial dá forte impulso à Folha da Noite, que se torna quase um jornal em tempo real: eram oito edições diárias trazendo notícias quentes do conflito. Foi o 1º jornal paulista a noticiar o ataque militar dos Aliados na costa norte francesa, conhecido como o Dia D. IWM/Getty Images/

Charges de Belmonte retratando Hitler e Mussolini repercutiram internacionalmente. O cartunista irritou o nazista Joseph Goebbels (1897-1945), que, em janeiro de 1945, às vésperas da rendição da Alemanha, acusou-o de ter sido comprado pelos Aliados. Belmonte não perdeu o humor: como Goebbels era ministro da Propaganda, agradeceu a ele pela publicidade. /Reprodução

Em 1948, sob o comando de Nabantino Ramos (em pé, ao fundo), as Folhas passam por diversas transformações. Foram instituídos contratação por concursos, avaliação interna, prêmios por desempenho, reuniões mensais para discutir metas, problemas e controle de erros de informação. As medidas, o Programa de Ação das Folhas, visavam a maior profissionalização da Redação. Folhapress/

Em 1959, Mauricio de Souza, que começou sua vida profissional como repórter policial da Folha da Manhã, publica sua primeira tirinha; nasce, assim, o Bidu . Reprodução/

Em 1960, a economia brasileira sofria com a instabilidade e a inflação. Sem conseguir equilibrar as finanças da empresa, Nabantino decide unificar os três títulos diferentes sob o nome Folha de S.Paulo; naquele momento, o jornal já tinha sua sede na alameda Barão de Limeira, 425, no centro de São Paulo, endereço que mantém até hoje. Folhapress/

A crise econômica que Nabantino Ramos tentava reverter se agrava em 1961. O presidente Jânio Quadros, empossado, cortou os subsídios que barateavam o papel imprensa. Ao mesmo tempo, os jornalistas de São Paulo, incluindo os da Folha, entram em greve por reajustes salariais e direitos trabalhistas. Acervo UH/Folhapress/Butuem - 1º.dez.1961

Apesar da repressão policial, as negociações entre grevistas e empresas foram vitoriosas para os jornalistas. O que, em contrapartida, piorou ainda mais situação econômica da empresa Folha da Manhã. Folhapress/Gil Passarelli

A Folha foi vendida a Octavio Frias de Oliveira (de terno preto), Carlos Caldeira Filho (de terno branco) e Caio de Alcântara Machado, em agosto de 1962. Além de sofrer com as dívidas, o jornal continuava panando com a alta dos custos de papel e salários, a crise econômica e a falta de crédito. /Arquivo Pessoal

Em março de 1964, às vésperas do golpe militar, a Folha publica editorial em que afirma ver "nuvens negras" no horizonte e condena qualquer saída heterodoxa para a crise política que se instaura no governo do presidente João Goulart (de terno, em visita a vila militar do Rio de Janeiro). Acervo UH/Folhapress/

Quando veio o golpe militar, em 1º de abril de 1964, a Folha o apoiou, convencida de que o Congresso elegeria um novo presidente dentro do prazo Constitucional. Os militares, no entanto, instauraram uma ditadura que perdurou pelas duas décadas seguintes. /Arquivo Nacional/Correio da Manhã

Ao longo da década de 1960, Frias e Caldeira investiram na ampliação da Folha. Foram criados novos cadernos como Turismo, Aviação e Transporte, os jornais Última Hora e Notícias Populares foram comprados e, também, houve uma considerável expansão tecnológica. Frias decidiu investir na compra de rotativas offset, uma nova forma de imprimir jornais. Folhapress/

Em 1968, às vésperas do Ato Institucional n.º 5, a Folha acompanhava de perto as manifestações de diferentes setores da sociedade contra o governo militar. O fotógrafo Gil Passarelli registrou o episódio conhecido como batalha da Maria Antônia, em que estudantes de filosofia da USP entraram em confronto com estudantes do Mackenzie . /

No dia 13 de dezembro de 1968, foi editado o AI-5 pelo presidente militar Artur da Costa e Silva, em uma reunião no Palácio das Laranjeiras, no Rio. O regime militar passa a ter o poder de fechar o Congresso, impor a censura aos veículos de comunicação, além de caçar mandatos e cargos de opositores. Politicamente censurada, a Folha busca se aproximar de estudantes, publicando provas simuladas para o vestibular. Mais adiante, criou a editoria de Educação. /

Durante a ditadura, Folha era vista com desconfiança tanto pela esquerda como pelo regime militar. De um lado, espiões da ditadura chamavam o jornal de veículo de propaganda do Partido Comunista, uma escola de mau jornalismo, tomada de assalto pela extrema esquerda. De outro, opositores da ditadura a condenavam por acatar a censura e divulgar as versões do regime. Reprodução/

Em 1983, a Folha publica editorial defendendo as eleições diretas para presidente. A partir daí, passou a ser conhecido como "o jornal das Diretas". Na foto, multidão ocupa a praça da Sé, em São Paulo, em apoio a emenda Dante Oliveira que propunha votação direta para a presidência, na movimentação das Diretas-Já . Folhapress/Fernando Santos - 25.jan.1984

O engajamento e apoio na campanha pelas Diretas-Já foi um importante marco na história do jornal. O destaque da Folha na campanha fez com que o jornal se tornasse, em 1985, o impresso de maior circulação no país . Folhapress/Lula Marques - 04.fev.1988

Foi nessa época que o jornalista Otavio Frias Filho assumiu a direção de redação da Folha. Ele elabora o Projeto Folha, que promove uma grande transformação editorial e gráfica no jornal. O modelo proposto é o de um jornalismo crítico, pluralista, apartidário e moderno. Também foi adotado um manual de redação, que padroniza e orienta o trabalho dos jornalistas da Folha. Folhapress/Eduardo Knapp

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