Siga a folha

Descrição de chapéu Congresso Nacional CPI do MST

Dino manda PF recuar e escoltar comitiva da CPI do MST na Bahia após pressão

Chefe da polícia na Bahia negou pedido da comissão, mas ministro da Justiça definiu que PF acompanhará, sim, grupo de parlamentares

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

O ministro da Justiça, Flávio Dino, decidiu que a Polícia Federal deve fazer, de forma excepcional, a segurança da comitiva da cúpula da CPI do MST em uma visita a assentamentos na Bahia. A comissão tinha feito um pedido para a PF e recebeu um não como resposta.

Depois, a CPI chegou a acionar a PGR (Procuradoria-Geral da República) e, após pressão e ligação telefônica entre Arthur Lira (PP-AL) e Dino, o ministro intercedeu e mandou a polícia realizar a escolta, que não está entre suas competências ordinárias.

Entre os integrantes da comitiva estarão o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e o relator, Ricardo Salles (PL-SP). As agendas serão nas cidades de Porto Seguro e Prado nesta quinta (24) e sexta (25).

Deputado Tenente Coronel Zucco, Kim Kataguiri e Ricardo Salles, do comando da CPI do MST

Procurado, Dino afirmou que "a Polícia Federal dará apoio a autoridades federais integrantes de uma CPI. Trata-se de colaboração excepcional à vista das competências específicas da CPI, que tem poderes investigatórios, à luz da Constituição".

Na resposta inicial da PF, o delegado Flávio Albergaria Silva informou à CPI que não cabe a ela a segurança de parlamentares.

Segundo delegados ouvidos pela Folha, após a criação da Polícia Legislativa, são esses agentes os que atuam na segurança dos deputados e senadores.

Albergaria Silva elenca na resposta todas autoridades que são de responsabilidade da PF. Entre elas, ministros, chefes dos Poderes, autoridades estrangeiras em viagens oficiais e pessoas ameaçadas de morte.

"Nessa esteira, faz-se necessário destacar que a pessoa a ser protegida como dignitário figure no rol de pessoas elencados acima. Deste modo, o presente pedido não se enquadra como pedido de proteção de dignitário, nos termos do art. 6º da IN nº 103/2016-DG/PF", diz o delegado na resposta.

O pedido havia sido encaminhado para o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e foi respondido pelo superintendente da Bahia.

Após a resposta, a cúpula da CPI encaminhou ofício à Procuradoria-Geral da República pedindo apuração do caso. Na avaliação dos parlamentares, essa decisão "embaraça as investigações".

Segundo a CPI, a segurança é necessária "devido à complexidade do objeto de investigação" e por causa da "alta taxa de criminalidade" na Bahia relacionada ao tema da CPI.

No texto assinado pelo presidente da CPI, ela afirma à PGR que "a recusa da superintendência da Polícia Federal em fornecer o apoio requisitado fere frontalmente os dispositivos legais que norteiam os trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito".

Na quarta-feira (23), Zucco afirmou ainda que a cúpula da CPI estuda também propor o indiciamento do superintendente da Bahia no relatório final da comissão. "Não admitiremos o descumprimento de lei e o desrespeito a este Parlamento", afirmou à reportagem.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas