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PF quebra senhas e analisa conteúdo de celulares de Wassef e de pai de Mauro Cid

General da reserva e advogado de Bolsonaro, investigados no caso das joias, foram alvo de busca e apreensão na última semana

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Brasília

A Polícia Federal conseguiu quebrar as senhas dos aparelhos celulares do general da reserva Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com isso, já teve início a análise do material apreendido na semana passada no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo.

A informação sobre a quebra da senha dos quatros celulares de Wassef foi divulgada pela GloboNews e confirmada pela Folha. Tanto Lourena Cid quanto Wassef entregaram os aparelhos sem fornecer as senhas.

O advogado Frederick Wassef - Pedro Ladeira - 18.jun.20/Folhapress

A ação ocorreu dentro do inquérito policial das milícias digitais, em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Wassef foi alvo de uma busca pessoal no ultimo dia 16 em um restaurante na zona sul de São Paulo. A diligência foi necessária, alegaram agentes da PF, porque ele não havia sido encontrado no dia 11.

Tanto o general Cid como Wassef são investigados no caso da venda de joias e presentes recebidos pela Presidência na gestão Bolsonaro. A PF também apreendeu um carregador de pistola com munição.

A ação policial aconteceu um dia após o advogado confirmar que comprou, nos Estados Unidos, um Rolex que havia sido dado de presente ao ex-presidente e vendido pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Wassef é investigado pela PF por suposto envolvimento em um esquema de venda de joias presenteadas ao governo brasileiro. Os itens foram entregues a Bolsonaro durante agenda oficial na Arábia Saudita.

A PF constatou que o relógio foi vendido nos Estados Unidos e recomprado por um preço mais alto após o TCU (Tribunal de Contas da União) ordenar a devolução dos presentes que o ex-presidente ganhou.

Na última terça-feira (15), Wassef promoveu uma entrevista coletiva na qual afirmou que fez a compra, em março, por iniciativa própria e sem um pedido de Bolsonaro.

Ele negou que tenha havido uma "operação resgate", expressão usada pela Polícia Federal na investigação.

"Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos, eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos, em um banco em Miami, e usei do meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente para devolver à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República, e isso, inclusive, por decisão do Tribunal de Contas", disse.

De acordo com relatório da PF, o Rolex Day-Date tinha sido vendido nos Estados Unidos para a empresa Precision Watches e foi "recuperado" por Wassef no dia 14 de março.

O advogado, ainda segundo a polícia, retornou com o bem para o Brasil em 29 de março e, em 2 de abril, o repassou a Mauro Cid em São Paulo.

Wassef disse na semana passada que está sendo investigado sem justa causa e que foi incluído no inquérito em uma tentativa ilegal de pescaria de provas. Também rechaçou que tenha tido um "papel central em esquema de venda de joias".

Com UOL

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