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Candidatos responsabilizam Datena e Marçal por agressão; Boulos lembra caso da bolinha de papel

Postulantes lamentaram a agressão de jornalista a influenciador, mas atribuíram aos dois a responsabilidade pelo ocorrido

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São Paulo

Nas considerações finais dos candidatos à Prefeitura de São Paulo que sobraram no debate da TV Cultura, os postulantes lamentaram a agressão de José Luiz Datena (PSDB) a Pablo Marçal (PRTB), mas atribuíram aos dois a responsabilidade pelo ocorrido.

A maioria dos candidatos disseram que a culpa do episódio foi de Marçal, com exceção de Tabata Amaral, que afirmou que os adversários não deveriam entrar na provocação do autodenominado ex-coach.

Todos os candidatos, com exceção de Datena, afirmaram que devem comparecer nos próximos debates.

Daneta agride Pablo Marçal durante debate na TV Cultura neste domingo - TV Cultura

Ricardo Nunes (MDB), o atual prefeito, afirmou ainda que tentou ajudar a separar a briga e classificou o episódio como um "dia triste para a democracia". O prefeito disse que o caso deixa uma lição: "todos os dias na prefeitura, temos que ter equilíbrio e tranquilidade, a pessoa precisa ter maturidade para cuidar da cidade".

Ele citou que nunca partiu dele as provocações contra outros adversários. "Essas pessoas agressivas, a rejeição delas é enorme. A rejeição do Pablo é enorme, a rejeição do Boulos é enorme. A população está vendo e tenho até me beneficiado por tratar de uma forma mais equilibrada."

O prefeito disse ainda que os comportamentos nos debates anterior já demonstravam que poderia acontecer uma agressão. "É uma escalada de uma forma de agir para fazer cortes, sem discutir a cidade. Infelizmente, hoje acontece esse episódio que é triste para a nossa cidade e a nossa democracia", afirmou.

Guilherme Boulos (PSOL) minimizou a agressão e comparou o ataque ao episódio da bolinha de papel que atingiu José Serra (PSDB), em 2010, quando o ex-senador concorria à Presidência da República.

Na época, Serra foi alvejado por uma bolinha de papel e depois por um rolo de adesivos, em meio ao confronto entre militantes do PT e do PSDB. Ao ser atingido pelo rolo de adesivos, Serra colocou a mão na cabeça e entrou em uma van correndo, sendo empurrado por segurança e aliados.

Após o episódio, o tucano cancelou a agenda de campanha, naquele dia 21 de outubro, e alegou ter se sentido grogue.

Boulos afirmou que Marçal provocou Datena, assim como fez com ele em outros debates. "Nós tivemos um debate lamentável", afirmou o psolista, que sugeriu um pacto entre os candidatos para que episódios de agressão não se repitam.

"Nós precisamos construir um pacto contra a baixaria. Não é possível que a eleição da cidade mais importante da América Latina seja marcada por isso", disse ele.

Já Marina Helena (Novo) disse não ser possível comparar o ataque com a facada desferida em Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha de 2018. "Nada justifica o nível da agressão, mas são coisas completamente diferentes", disse a concorrente pelo Novo.

Ela afirmou ainda que ficou assustada durante o episódio de agressão, uma vez que foi a cadeira dela que foi usada por Datena para atingir Marçal.

"Foi uma atitude triste, estamos querendo eleger o prefeito da maior cidade da América Latina, achamos que tínhamos visto tudo nos debates, mas não", disse ela.

Tabata Amaral (PSB) afirmou que os adversários não deveriam se preocupar em responder as provocações do ex-coach. Ela afirmou que fica indignada e triste diante do ocorrido, mas disse que este é o modus operandi do candidato.

"O Marçal é um grande esquema de pirâmide, ele é o jogo do tigrinho. Ele vive disso, vive de polêmica, de circo. Para ele, tudo que é corte, tudo que chama atenção é importante. Marçal não está aqui porque quer resolver o problema de alguém, é mais um esquema para ganhar dinheiro."

Ela afirma ainda que o ex-coach sozinho não faz a confusão. "Meses atrás, contou uma mentira absurda, dizendo que eu era responsável pelo suicídio do meu pai. Eu não entrei na pilha dele porque sei o que ele quer. Temos que cobrar os outros que estão dando exatamente o que ele quer, sem se importar com a população."

Tabata ainda relatou que Guilherme Boulos e Ricardo Nunes continuaram se agredindo verbalmente mesmo após o episódio de Datena. "O nível está muito baixo, temos tentado manter o nível em nome da população", afirmou a candidata.

Em nota, a TV Cultura lamentou o episódio e alega que, após a agressão, todas as providências foram tomadas, de acordo com as regras estabelecidas previamente, incluindo a expulsão de Datena. "O debate foi mantido mediante consulta e concordância dos demais candidatos."

A emissora afirma ainda que, durante o ocorrido, todas as medidas, incluindo relacionadas à cobertura da imprensa, foram tomadas visando a segurança dos presentes no Teatro B32 e em consonância às regras deliberadas anteriormente.

Entenda o caso

O candidato José Luiz Datena (PSDB) agrediu Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada em meio ao debate na TV Cultura neste domingo (15). O primeiro foi expulso, e o segundo deixou o programa que reunia os postulantes à Prefeitura de São Paulo.

O debate foi interrompido em seguida e voltou com os outros quatro participantes.

O candidato do PRTB provocou o apresentador nos blocos anteriores ao resgatar uma denúncia de assédio sexual contra Datena. O jornalista respondeu que o caso não foi confirmado pela polícia e acabou sendo arquivado pela Justiça. Disse ainda que o fato atingiu sua família e levou à morte de sua sogra.

"Senhoras e senhores, nós vamos às manchetes dos debates pela pior cena já vista em debates. Peço que se comportem para terminarmos bem o debate", disse o mediador Leão Serva após a confusão, afirmando que a agressão foi um dos "eventos mais absurdos da história da TV brasileira". Os concorrentes lamentaram.

A assessoria de Marçal disse que o influenciador e autodenominado ex-coach seguiu para um hospital para receber atendimento. Ele também demonstrou contrariedade com a continuação do debate sem sua presença.

A equipe jurídica do ex-coach registrou um boletim de ocorrência contra Datena e alegam agressão e injúria. A expectativa é que Marçal passe por um exame de corpo de delito na segunda-feira (16).

Após a agressão, no quarto bloco, jornalistas que acompanhavam o debate de uma sala de imprensa se dirigiram à porta do estúdio, mas foram impedidos de seguir primeiro pela segurança do local e, depois, pela polícia. O debate foi realizado no Teatro B32, na avenida Faria Lima. O combinado era que não haveria plateia no teatro e, por isso, os jornalistas acompanhavam o embate do lado de fora

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