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Justiça Eleitoral proíbe propaganda de Ramagem que vincula Paes a Cabral, aliados por dez anos

Juiz entendeu que ex-governador não participa da disputa eleitoral, motivo pelo qual citação seria 'inadequada, descontextualizada e inverídica'

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Rio de Janeiro

A Justiça Eleitoral proibiu nesta segunda-feira (2) a exibição de uma propaganda do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, que vincula o prefeito Eduardo Paes (PSD), que busca a reeleição, ao ex-governador Sérgio Cabral.

A coligação de Paes argumentou que a peça tinha como objetivo desconstruir sua imagem do prefeito, bem como difundir um "fato sabidamente inverídico e substancialmente desatualizado" sobre o candidato à reeleição.

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), durante lançamente do PAC 2 na Rocinha, em 2013. - Folhapress

"Cuida-se de narrativa política que, ao fim e ao cabo, pretende fazer o eleitor acreditar que Sérgio Cabral ainda está ativo politicamente o que é manifestamente inverídico", diz a petição da coligação.

A relação com Cabral, condenado a mais de 300 anos por corrupção, tem sido um dos pontos de desgaste da imagem de Paes nas últimas eleições.

Na inserção de 30 segundos Ramagem afirma: "Eu sempre fui oposição à turma de Paes. Seria muito fácil falar que a culpa de tudo que está ruim no Rio é deles. Do Lula, do Cabral, do Paes. E é mesmo. Mas se eles continuam aí após 20 anos, a culpa não é só deles. É nossa. E agora eles estão aí de novo. E você vai acreditar neles de novo?"

O juiz Leonardo Chaves, da 238ª Zona Eleitoral, considerou "ser realmente inadequada, descontextualizada e inverídica a associação na atualidade da imagem do candidato Eduardo Paes ao ex-governador Sérgio Cabral Filho, pois o último está notoriamente fora do processo eleitoral das eleições 2024".

O magistrado determinou a retirada da propaganda, mas não avaliou o pedido de direito de resposta feito pelo prefeito.

A campanha de Ramagem afirmou, em nota, que vai recorrer da decisão.

"A campanha continuará a veiculação normal de propaganda eleitoral nos termos que a legislação disciplina, por entender que faz parte do processo eleitoral democrático, sendo de interesse público, informar ao eleitor o histórico de um candidato, suas parcerias e alianças políticas", diz a nota do candidato do PL.

Cabral e Paes foram fortes aliados de 2007 até 2016. Os dois, à época no PMDB, se aproximaram após a disputa pelo Governo do Rio de Janeiro em 2006. O atual prefeito assumiu a Secretaria de Esportes no ano seguinte e foi escolhido pelo ex-governador para disputar a capital fluminense em 2008.

Os dois governaram em aliança até 2014, quando Cabral deixou o cargo com a imagem desgastada. Nos bastidores, porém, a aliança foi mantida até 2016, quando o ex-governador teve papel ativo na campanha derrotada do deputado Pedro Paulo à sucessão de Paes.

Cabral foi preso em novembro de 2016 e ficou detido preventivamente por seis anos. Nesse período, Paes mudou de partido e passou a minimizar a relação de amizade criada a uma mera relação administrativa. O ex-governador não escondeu em entrevistas após sair da prisão a mágoa com a rejeição do antigo afilhado político.

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